É recorrente a ideia de que os políticos estão desacreditados e eles não gostam, sentem que são injustiçados, perseguidos pelos media que lançam a dúvida na opinião pública sobre as suas verdadeiras intenções e carácter moral. Permitam que lhes diga, que o político não pode/deve ser encarado como uma personalidade dupla, não existe aos olhos da opinião pública: o cidadão "X" versus o político "Y", que por coincidência são uma e a mesma pessoa, logo o comportamento no privado é necessariamente transposto para a sua performance política. Espero enquanto eleitora, que o político que mereceu o meu voto, proceda de acordo com as regras básicas da moral e bons costumes sociais, por mais confusa que esta noção nos pareça.
Quando surge uma dúvida sobre o carácter de um qualquer político, é razoável e normal que a mesma seja cabalmente esclarecida pelo próprio, evitando o recurso ao choradinho do costume, afirmando-se perseguido ou vítima de uma cabala, como tanto gostam de afirmar. Qualquer acontecimento que ponha em causa o carácter de alguém, ainda que tenha acontecido há 50 anos atrás é importante e deve ser explicado. Pessoalmente, gosto da frontalidade e da honestidade, prefiro a coragem de assunção de um erro à cobardia de uma desculpa idiota. Considero que o erro faz parte da nossa vida, passando o lugar-comum: quem não errou? Tenho dificuldade em lidar com a mentira e a arrogância.
Nunca deixei de exercer o meu direito de voto, não esqueço que foi conquistado há muito pouco tempo e não pretendo abdicar dele. Sonho com o dia em que colocarei a pequena cruz à frente do representante do melhor projecto, daquele que tem ideias exequíveis e vontade para se dedicar à causa pública, sem esperar disso nenhum proveito pessoal ou material. Estou farta de votar para evitar que seja Beltrano ou Sicrano e não porque quero que seja aquele o tal!
Tenho a sensação de que os meus impostos são mal geridos! Choca-me saber que enquanto os nossos idosos, ao final de uma vida de trabalho recebem pensões de reforma miseráveis, os gestores públicos conquistam reformas milionárias acumuláveis, depois de alguns meses em funções!
Constato que a notoriedade é adquirida no meio político e depois potenciada no privado, quando o contrário seria a situação mais desejável! A ética e a moral são observadas nos termos da Lei, elaborada em causa própria e não à luz dos bons princípios que regem qualquer cidadão de bem!
Atrevo-me a partilhar convosco uma resposta de um amigo que quando questionado quanto à possibilidade de assumir um determinado cargo público me respondeu tão simplesmente: "o meu nível de vida não me permite sobreviver com os honorários de titulares desse tipo de cargo, por isso: obrigado, mas não quero!"
Uma Dica: Políticos, convençam-me que vale a pena votar!
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