Monday, December 31, 2007

2008

Acabou 2007, viva 2008!

2007 Foi obra, pelo menos para mim: tanta experiência nova - foi vivido com emoção, paixão e algum sofrimento à mistura. 2007 Está a acabar, não deixo de sentir alguma nostalgia, é como estar a encerrar um capítulo da minha vida. Foi de tal maneira forte que me deixou marcas e talvez por isso sinta que estou mesmo a passar a página para o capítulo seguinte.

Agora chega 2008, fresquinho que nem uma alface: renovam-se os votos, as expectativas e achamos que tudo vai ser melhor - eu acredito que sim!

Para os meus amigos e amigas desejo que em 2008, vivam com intensidade tudo o que a vida vos der: amem, apaixonem-se, trabalhem com fervor e descubram os desafios que se escondem a cada esquina; mimem a vossa família e os amigos e sejam felizes, muito felizes. Eu vou tentar fazer o mesmo!

Uma Dica: Bom ano!

Sunday, December 30, 2007

Vítor

Parabéns Vítor

Falei-vos há uns tempos do Vítor, de como estava, ainda está, muito doente. Hoje é o dia do seu aniversário.

Surpreendeu-me há exactamente uma semana atrás com um telefonema - ganhei o dia, na verdade foi um belo presente de Natal aquele telefonema. O Vítor melhorou bastante, mais uma vez a sua força de viver surpreendeu tudo e todos, até os mais cépticos!

Um exemplo único de coragem, a que não é certamente alheio o grupo de pessoas que o rodeia. Conheci finalmente a Teresa, a quem carinhosamente trata por "a minha Ex", que é um autêntico anjo. O exemplo do Vítor e dos seus amigos, faz-me acreditar que vale a pena sermos bons e autênticos, só assim se consegue reunir tanta generosidade em nosso redor!

Especialmente para ti, meu querido amigo, desejo-te um dia muito, muito feliz e que continues a lutar com a mesma garra e a acreditar que amanhã há-de ser um dia melhor.

Uma Dica: Não há nada pior do que desistir, acaba por ser muito mais fácil; difícil é lutar pelo que queremos e acreditarmos que é possível. O Vítor é talvez o melhor exemplo que conheço e que nos mostra que vale a pena acreditar.

Wednesday, December 26, 2007

Mensagens de Natal

Acabaram-se os postais de Natal.
Parece-me que até os simpáticos mails têm os seus dias contados. Já nada é como antigamente. Chegou a era da despersonalização total.

Eu recuso-me a aderir ao sms generalizado, parece-me que não sou a única porque este ano não me entupiram o telemóvel com as ditas mensagens.

Àquelas pessoas especiais e essenciais na minha vida telefono, o que mesmo que não calhe num bom momento sempre é mais simpático, às outras pessoas igualmente importantes mas com quem, apesar de tudo não tenho tanto contacto, envio uma mensagem personalizada.

Chega-se ao ponto de se receberem mensagens de pessoas que mal conhecemos, apenas têm o nosso número por uma questão casual ou profissional e vai daí quando chega à altura do Natal toca a enviar Boas Festas a toda a gente. Não vos vou mentir, acho muita piada àqueles sms que circulam nestas alturas, mas esses são diferentes, os outros, muito sinceramente, agradeço mas dispenso. Ou são enviados com sinceridade ou então não vale a pena!

Tenho muitas saudades do postal de Natal, cheguei a receber uns trinta, este ano recebi quatro, já nem as lojas se dão a esse trabalho, também aderiram ao sms!

Uma Dica: Todas as ocasiões servem para demonstrar o carinho e a amizade que sentimos por certas pessoas. Basta dizer-lhes, de preferência que não seja por sms, nem no Natal.

Sunday, November 11, 2007

É um artista...

Aqui está um texto do meu filho Duarte que não resisti em partilhar. Não está editado:

“QUEM SOU EU”
Eu sou o Duarte. Sou moreno e tenho olhos castanhos. Não sou alto nem baixo e gosto muito de desenhar. E às vezes, também, às vezes um pouco “stressado”, principalmente, com testes. Também sou um preguiçoso com as tarefas domésticas.

O meu sonho, é ser arquitecto. Também gostava de ir ao ZOO, nem que fosse só uma vez.

As minhas músicas peferidas são as clássicas, põe-me calmo, faz-me adormecer quando não tenho sono.

Na escola, as minhas disciplinas favoritas são a EVT, Educação Musical, Religião e Moral, Língua Portuguesa, e Educação Física. Eu gosto de ir à escola, de aprender coisas novas e de estar com os meus amigos.

Tenho um irmão de quem gosto muito e que me ensinou muito, que se chama André e tem 21 anos.

Eu tenho óculos redondos, por isso, há gente que me chama “Harry Potter”, o que detesto que me chamem.

Tenho, também, quatro primos, dois vivem ao pé de mim, e outros em Faro.

Nos testes, tenho o hábito de levar o meu colar com a cruz, só para me dar alguma sorte.

Eu admiro muito o meu pai. Foi ele que me ensinou a desenhar em apenas umas semanas. E a minha mãe, trabalha na câmara de Lisboa como funcionária pública. Ela,nesse emprego, arranjou muitos amigos e amigas, o que me fez pensar que ela tem um bom emprego. O meu irmão, é estudante na Universidade Lusíada, onde está a tirar o curso de direito.

O meu animal de estimação, é uma tartaruga. Gosto dela porque é muito engraçada, especialmente, quando se põe dentro da sua carapaça.

Eu já fiz viajens a Espanha, a Paris e aos Açores na, Ilha de São Miguel.

Quando for mais crescido, não quero ter namorada, digo eu agora, mas por enquanto vou-me deixar viver em paz. E, por enquanto, quando crescer, a única coisa que quero realizar, é ir ao ZOO e ser arquiteto.

Uma Dica: Sorriam. As crianças são o melhor do mundo.

Friday, November 9, 2007

Ainda sobre os sonhos

O prometido é devido. Com autorização do autor, João Ramalho, a quem muito agradeço a simpatia, aqui fica uma interpretação:
"Li o seu postal de dia 6 out, acerca dos sonhos. Observo o seguinte: utiliza com muita frequência a palavra "sinceramente". Devia perceber a razão do seu uso, para a abandonar. Quem não teve insinceridades na vida? Isso não significa que não devamos fazer um esforço no sentido contrario.
O sonho é de uma riqueza fantástica, deveríamos aprender mais com ele. Quando sonhamos com nascimentos, por norma, é algo que está a nascer dentro de nós. No seu caso, sentirá que novas vidas estarão a surgir de dentro de si. Uma delas um pouco queque. O três do sonho não é por acaso. Aliás, não há acasos nos sonhos. O três é a superação da dualidade. É a síntese de uma nova vida surgida dum pai e duma mãe. Seria interessante saber o, ou os nomes, dos novos rebentos.
Faço uma ressalva na interpretação do sonho: De acordo com Freud, a interpretação deverá ser efectuada com as associações do sonhador. Ou seja, teria que falar consigo para lho interpretar correctamente.Mas o que disse mantenho."
Uma Dica: Segundo João Ramalho, autor do texto que transcrevi: "Sonhar é bom". Eu acredito. Já agora consultem simbolo.blogs.sapo.pt

Wednesday, November 7, 2007

Sonhos

O dicionário diz que se trata de "um conjunto de ideias e imagens mais ou menos confusas e disparatadas, que se apresentam ao espírito durante o sono".

É que ultimamente tenho andado numa autêntica "fona", sonho para cá , sonho para lá. Esta noite culminou com o nascimento de uma criança. Fiquei sinceramente preocupada porque significava, a ser verdade, que teria três filhos com 11 anos de diferença cada um.

Era tão real que a criança até tinha nome, um bocadinho "queque" confesso.

Diz-me uma boa amiga que sonhar com bebés é prenúncio de boas mudanças, será? Estou ansiosa à espera dessas mudanças.

Especialmente para si João, a quem ainda não agradeci o simpático mail que me enviou, pode ajudar-me a decifrar este sonho? Julgo que todos nós desejamos associar alguma coisa de positiva a esta nossa actividade que se desenvolve depois de adormecermos; julgo que se tratam apenas de casuais associações de ideias, concretizadas mal fechamos os olhos. Não me lembro de alguma vez me ter acontecido o que quer que fosse preconizado num sonho, mas também não quero, muito sinceramente, descartar essa hipótese, tanto mais neste caso - já que se trata de uma coisa boa!

Vou tentar decifrar isto, se chegar a alguma conclusão prometo que vos conto.

Uma Dica: bons sonhos!

Saturday, October 13, 2007

O Poder da Palavra Escrita

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. " (S. João 1:1)

Segundo a Bíblia, o Verbo é Deus, abordando de uma forma muito sucinta o tema, trata-se do poder da palavra: capaz de criar. A palavra surge assim como um elemento poderosíssimo, pelo que o poder da força criadora está essencialmente na palavra falada.

A palavra falada ainda que poderosa, já que dá significado à existência de tudo o que nos rodeia, não deixa de ser efémera porque se desvanece pouco depois de ser proferida. Por oposição a palavra escrita permanece no tempo, sendo que o seu poder reside precisamente na característica imortal que lhe é conferida.

ENLOUQUECI?????????

Nada disso, estava apenas a tentar estabelecer um paralelismo entre o poder do discurso falado e do escrito. Este "post" tem mais a ver com comportamentos do que propriamente com reflexões filosóficas!

Estava a pensar em como a generalidade das pessoas é mais "corajosa" quando discursa via SMS ou mail, do que quando confrontada fisicamente com o interlocutor - é um fenómeno bizarro!

Já se notava um bocadinho com o uso do telefone e alastrou-se consideravelmente com as novas tecnologias. O mais insuspeito e pacato dos indivíduos é capaz de fazer afirmações que fazem corar os deuses, aliás se fossem confrontados pessoalmente com elas, estou certa, uma apoplexia seria no mínimo um dos diagnósticos previsíveis.

Estou a falar-vos daquela espécie de gente que cora quando se sente observada directamente. Então onde raio vão buscar aquela criativade toda? Já sei: ao armário que têm em casa, por isso é que o discurso só é proferivel electrónicamente - Haja paciência!

Nestes casos, a palavra escrita assume um outro tipo de poder: o de conferir a um determinado tipo de idiotas, coragem suficiente para proferir disparates em larga escala ao mesmo tempo que são comtemplados com a "graça" da possibilidade do anonimato - é ou não divino?

Uma Dica: Acham incoerente o meu "post"? Mas não tanto como este tipo de comportamentos que todos nós conhecemos, pois não?

Friday, September 28, 2007

Vamos Ajudar o Vitor

Falei-vos há uns dias do Vitor Nobre.

Para quem estiver com vontade de ajudar ou saber mais sobre ele, consultem este endereço:

http://www.aipcinema.com/noticias.php?idN=1100

Toda a ajuda é preciosa.

Wednesday, September 26, 2007

Vendedores

Que tal os vendedores, aqueles que gostam de se intitular Relações Públicas?

A actividade de Relações Públicas tem aquele peso institucional, aparentemente dá algum estatuto e alivia consideravelmente a carga negativa da palavra vendedor, ainda que não seja nada bom para quem, de facto, trabalha na área das Relações Públicas.

E, se de repente recebessem um telefonema de alguém, vosso conhecido, que começa por fazer a conversa de circunstância: "o que é que tens feito, já não falamos há algum tempo...", de repente e sem vos deixarem responder, atacam sem misericórdia?

Aconteceu-me a mim, não é lá muito estranho porque apesar de não ter nada a ver com o Entroncamento - acontecem-me as coisas mais extraordinárias. Tal e qual como vos contei, ainda eu nem tinha esboçado o sorriso pelo simpático telefonema e já estava a ser assaltada com uma conversa, julgo que até deve ter um "guião", do género: "sabes eu sou RP de uma clínica de estética!", também nem tive tempo de mostrar surpresa, porque em segundos estava a ser pressionada para fazer um tratamento qualquer com umas injecções, que segundo parece tiram os pneus inestéticos da cintura e ancas.

Antes de digerir a informação, eu até nem tenho "pneus", o segundo assalto já estava em curso: marcar consulta, porque na tal clínica não se faziam as coisas em cima do joelho, era necessária uma conversa prévia com um médico que avaliaria as nossas condições físicas antes de nos sujeitarmos ao tal tratamento.

Quando finalmente consegui falar, só foi possível porque era suposto dizer em que dia ia à tal consulta, tentei explicar que não precisava de injecções "mágicas", mas não foi argumento capaz, depois usei o argumento financeiro - que aquilo é mágico, mas caro como o raio, também não serviu. A única solução foi mesmo marcar a consulta para calar a senhora.

Foi apenas uma estratégia, não conseguia livrar-me dela e resolvi marcar, no dia seguinte telefonei e desmarquei, penso que estaria muito ocupada porque fez alguma pressão, mas despachou-me logo a seguir, o que me deixou particularmente feliz.

Nunca mais consegui olhar para esta personagem, por quem até nutria alguma simpatia, da mesma forma - a mulher é uma autêntica chata!

Uma Dica: Pessoalmente, detesto o tipo de abordagem agressiva: é irritante e desconcertante. É muito mais fácil convencerem-me com simpatia e com argumentos sérios!

Esclarecimento

Caros amigos, que tanto me honram com a consulta deste blogue.

Preciso de vos fazer um pequeno esclarecimento: sempre que tenho que dizer alguma coisa a alguém, tento fazê-lo com a maior das frontalidades. Nunca usei este blogue para dar indirectas a quem quer que fosse.

Quando falo de alguém, faço-o o mais directamente possível, até o faço com alguma frequência pelo que é muito fácil identificar as pessoas a quem me refiro. Tudo o resto são desabafos, coisas que me passam pela cabeça e que não visam especificamente ninguém.

De resto, continuo a querer partilhar convosco os disparates que me vão ocorrendo.

Sunday, September 23, 2007

Fingertips Cause to love you Original

'Cause to love you means so much more
When I need to cry you make me try
I want to die and ask me why
'Cause I can't fight no more

Friday, September 21, 2007

Conversa de Ervanário

"Conversa de Ervanário" é apenas uma expressão que designa, ainda que de uma forma simpática, alguém que nos tenta enrolar com uma daquelas aldrabices detectáveis à distância e sem intenção de provocar danos reais.

Há também quem use a expressão "Vendedores de Pentes" que, confesso, também acho alguma graça, mas penso que é um bocadinho mais agressiva.

Acho graça a estas "tangas" que nos tentam impingir de vez em quando, mais que não seja pode ser mote de conversa mais tarde, sobretudo um assunto divertido.

Porque a "Conversa de Ervanário" é um traço típico num determinado perfil de pessoas, gostaria de vos dizer que nós os alvos, não digo vítimas porque é demasiado forte, não somos propriamente estúpidos, ainda que vocês, os pseudo-ervanários, se considerem particularmente espertos, simpáticos e giros.

Todos nós conhecemos alguém que se encaixa no perfil, uma das características comuns, é aquele trejeito que fazem, olham-nos de lado e fazem um sorriso irónico antes de falarem, assim como quem diz: "vou-te pregar uma tangasita que tu tens ar de totó!". Eu, muito pessoalmente, não levo nada a mal, mas é de chorar a rir. Regra geral até digo no momento, mas de vez em quando resolvo deixar passar - é muito mais divertido ver até onde vai a converseta!

Uma Dica: Pseudo-ervanários deste mundo não mudem. Pelo menos divertem-nos e não prejudicam ninguém, apenas correm o risco de serem um bocadinho ridículos - mas isso nem tem muita importância, pois não?

Almoços no Castelo

Adoro os almoços no Castelo.

Já decorrem há algum tempo e são, regra geral, no feminino. Somos um grupo fixo de quatro, mas acontece, com frequência, juntarem-se-nos mais algumas personagens. Uma vez por outra temos presenças masculinas, o que é muito raro.

Do que eu gosto, para além da companhia - fantástica, é que não há lugar para conversas maldosas ou fofoquices idiotas, apenas muita amizade e boa disposição. Nunca saí mal disposta ou triste de um destes almoços, não acham maravilhoso?

Hoje, foi um dia triste para mim!

Agora, lembrei-me que amanhã tenho o almoço no Castelo e fiquei mais animada. Tenho uma adoração enorme pela Cristina, Irene e Teresinha - minha querida amiga. Não troco estes almoços por nada deste mundo - ainda que seja uma estafa subir até ao topo de Lisboa!

Uma Dica: Há que usufruir das coisas boas que a vida nos proporciona.

Thursday, September 20, 2007

Vitor Nobre

Vitor Nobre ou Vitinho, como é conhecido no meio cinematográfico.

Vitor, meu amigo do coração, uma das pessoas que eu mais adoro, que se agarra à vida e luta por ela, como nós, seus amigos, nos agarramos a ele.

Preciso dele, um exemplo de coragem único - pela forma como enfrenta a batalha de sobreviver a cada dia que passa.

É uma pessoa excepcional, não só pessoalmente, como profissionalmente. A sua ausência é facilmente notada.

O Vitor é uma força da natureza e nós todos torcemos para que, consiga vencer mais esta batalha numa guerra que há muito, sabemos, já perdeu.

Uma Dica: Não desistas Vitor!

Amélia Faia

Conheci a Amélia há exactamente 14 anos, na Câmara Municipal de Oeiras onde exercia funções de assessoria de imprensa, no Gabinete de Relações Públicas.

A Amélia tinha praticado Ballet, como tal tinha uma pose correctíssima e era uma mulher lindíssima. Não era propriamente simpática à primeira vista, era preciso querermos conhecê-la para sabermos como era na realidade.

Era respeitada nos meios de comunicação regional e na própria Câmara que decidiu abandonar, para seguir a carreira docente onde conseguiu igual êxito.

A perda repentina de um amigo comum afastou-nos estupidamente, sem nunca nos termos zangado.

Hoje, se estivesse entre nós, a Amélia completaria 42 anos, exactamente a minha idade. Provavelmente telefonar-lhe-ia, como é meu hábito - nunca me esqueço de quem gosto. Tenho muitas saudades dela e lamento profundamente a sua ausência.

Por isso e em jeito de homenagem, especialmente para a Amélia, quero dizer-lhe: onde quer que estejas, estarás sempre no meu coração, deixo-te uma mão cheia de rosas perfumadas.

Uma Dica: É frequente gastarmos energias com coisas mesquinhas e sem importância, só damos valor ao que realmente importa quando o perdemos!

Tuesday, September 11, 2007

Silêncio

Eu gosto do silêncio!

Não do silêncio imposto, confrangedor, ditador ou de terror.

Gosto do silêncio da quietude, por opção, do silêncio provocado pelas pausas das conversas entre amigos, do silêncio observador.

Não acredito num universo de silêncio absoluto, a não ser o que é imposto pela natureza!

Acredito que o silêncio é revelador!

Uma Dica: schiuuuuuuuu!

Monday, September 10, 2007

Oh, Pretty Woman - Roy Orbison

Especialmente para as minhas amigas, todas lindas

Elitismos

Elitismo - sistema social que favorece a elite (o que há de melhor na sociedade), em prejuízo dos restantes membros do grupo.

Eis aqui um conceito curioso, aplicável não só nas relações sociais como também nas laborais. Não raras vezes somos confrontados com classes profissionais que se consideram autênticas elites, sendo que o caso mais flagrante é o dos médicos, essa ordem de seres superiores, sobredotados intelectual e moralmente.

Culpa nossa? Talvez! Durante anos deixámos que fizessem os maiores disparates, sem ousarmos questionar ou sequer apontar o dedo, pelo que o seu poder foi crescendo exponencialmente. Ser médico, na nossa sociedade é ser detentor de um estatuto, ainda que seja um péssimo profissional e tenha um carácter de "vómito".

Devo ressalvar, no entanto, o facto de haver mérito na classe, não me lembro de muitas outras profissões em que o diploma confira de imediato o estatuto social à generalidade da classe.

Depois há os pequenos nichos dentro das empresas, em que temos licenciados em engenharia ou direito, cujo diploma lhes dá uma panóplia de conhecimentos tão vasta, que vai desde a gestão até à comunicação e afins. É um facto, eles sabem de tudo, ainda que mal saibam da profissão deles, não há assunto em que não opinem com conhecimento de causa.

Pensam sobretudo que quem tem licenciaturas "alternativas", as mais recentes como é o caso da comunicação, o fez por impedimento intelectual. Não é verdade!

Eu tenho uma licenciatura em Relações Públicas e Publicidade, soei as estopinhas para a conseguir. Foi o curso que sempre quis tirar por opção, não por falta de "média" para entrar noutras faculdades, mais, tenho a certeza que há muitos cursos, ditos tradicionais que não têm o grau de dificuldade aplicado naquele curso, que foi durante vários anos uma referência no meio publicitário.

Incomodam-me as pessoas que se sentem superiores só porque são licenciadas em cursos mais abrangentes, sempre achei que tinha vocação para a minha área e sinto-me feliz por ter o privilégio de trabalhar nela.

Uma Dica: Esse pseudo-elitismo não será uma forma de disfarçar frustrações e recalcamentos passados?

Wednesday, September 5, 2007

Scones

Hoje como estou bem disposta, vou dar-vos a minha receita de "scones":

7 colheres de sopa de farinha;
1 colher de sopa de Açucar;
1 colher de sopa de manteiga;
4 colheres de sopa de leite;
1 ovo;
1 colher de chá de fermento (opcional se a farinha já tiver fermento);
1 pitada de sal.

Mistura-se tudo com as mãos e dispõem-se em pequenas porções num tabuleiro untado e polvilhado de farinha, em forno pré-aquecido a 150º, durante cerca de 10 minutos.

Fácil não é?

Uma Dica: como a massa fica um bocadinho mole, costumo usar colheres para colocar as porções no tabuleiro, em vez de estar com a trabalheira de untar e polvilhar o tabuleiro, costumo por uma folha de papel vegetal.

Tuesday, September 4, 2007

As pessoas mudam

Claro que as pessoas mudam - até parece uma afirmação de La Pallice.

Aconteceu-me hoje, cruzar-me com uma antiga colega de liceu que não vejo há muitos anos. Isto não é nenhum facto digno de registo, obviamente, mas a operação de mudança que reconheci na Vera é!

A Vera trocou os brincos de pérolas por piercings e as golinhas redondas das camisolas e os decotes apertados até ao pescoço por um descarado topless. Achei piada à Vera, se me dissessem há uns 20 anos que ia ficar assim, eu diria que estava tudo doido.

Era uma típica menina "beta" que se transformou numa quarentona para a "frentex", continua com a mesma cara mas é uma pessoa completamente diferente e pergunto-me em que fase da vida dela terá ocorrido tamanha transformação, porque da última vez que a encontrei continuava com o mesmo registo dos tempos de liceu, a coisa mais arrojada que me lembro de lhe ver eram os jeans bem justos.

Tenho pena de não ter cumprimentado a Vera, estamos anos sem nos vermos, mas falamos sempre que nos cruzamos, hoje por algum motivo senti-me intimidada, muito provavelmente pelo topless que exibia com a maior das descontracções, não nos cumprimentámos, mas da próxima não vou falhar.

Achei piada à evolução da Vera, continua bem-disposta, que o ar "beto" não era sinónimo de inibição, gargalhada pronta que se houve num raio de, pelo menos, cem metros.

Uma Dica: Nem sempre a mudança radical de visual é acompanhada pela mudança de comportamento. É engraçado vermos como as pessoas se transformam com os anos, às vezes é um exercício que nos permite ver como nós próprios nos transformamos sem darmos por isso.

Monday, September 3, 2007

Altruísmo

O altruísmo define-se como a capacidade de dedicação aos outros.

Por outras palavras e simplificando, é o oposto de egoísmo.

Eu considero-me uma pessoa altruísta, já me queixei por aqui da forma como ponho, com a maior das facilidades o interesse dos outros antes dos meus, ainda que o resultado final signifique prejuízo nos meus próprios interesses.

Mais do que altruísta de vez em quando sou mesmo idiota, nem sempre quem beneficia é suficientemente humilde para ser reconhecido e já aconteceu por mais do que uma vez, sentir-me mal comigo própria por permitir que outros se sirvam da minha boa vontade para alimentar os egos sempre insatisfeitos.

Não vou mudar, claro!

Evoluí, a idade conferiu-me a capacidade de perceber mais facilmente o género dos que se aproximam apenas por interesse e cabe-me decidir se quero ou não fingir que não percebo que estou a ser manipulada. Pois, a todos os interessados, confesso que depende de quem quer manipular e do meu próprio estado de espírito, posso ou não estar para aí virada.

Na realidade, sem falsas modéstias, considero-me mesmo uma pessoa altruísta, sou capaz de ajudar o meu melhor amigo com o mesmo entusiasmo que ajudo um desconhecido e não espero ganhar nada com isso.

Não gosto, como todas as outras pessoas, de ser traída e que usem esta minha boa vontade, ou necessidade de agradar a todos como arma de arremesso quando dá jeito e, acima de tudo, não gosto de ser maltratada só porque sou boazinha e regra geral não reajo.

Continuo a acreditar que vale a pena estar presente para quem precisa, que a simpatia e a disponibilidade vence todas as batalhas e que a falsidade mais cedo ou mais tarde deixa cair a máscara!

Uma Dica: Nem sempre a simplicidade, simpatia e disponibilidade é sinónimo de falta de perspicácia. Já aqui disse que quem subestima, acaba sempre por ficar em desvantagem.

Parabéns

Especialmente para os dois Paulos, o Côrte Real e o Lamin , aqui fica a minha mensagem de parabéns, ainda que com um dia de atraso.

Gosto muito dos dois e peço mil desculpas, fui alertada atempadamente e esqueci-me.

À laia de homenagem, resolvi deixar-vos uma mensagem aqui.

Mil beijos e uma rosa perfumada a cada um de vocês!

Monday, August 13, 2007

James Morrison - Wonderful world

Maravilhoso...

Praia

Eu adoro praia!

Nem sei bem se é por me permitir o prazer de estar "de papo para o ar" sem a obrigatoriedade de fazer nada - posso apenas fechar os olhos e ficar ali, posso também ouvir a minha música no i'pod, sem que isso incomode ninguém, ler um livro ou então - confesso que é uma das que prefiro - juntar as revistas das fofocas, espanholas incluídas, e discutir com a minha irmã os últimos feitos do jet set ibérico.

Gosto sobretudo das idas ao banho com a minha irmã, já não fazemos carreirinhas, nem damos cambalhotas debaixo de água como fazíamos quando éramos miúdas - um dia destes vou propor-lhe, acho que ela alinha - mas é aquela sensação de liberdade e de descontracção que o banho marítimo nos oferece em exclusividade e é único!

Depois adoro aquelas cenas das pseudo tias e tios, que falam altíssimo com os Bernardos mais os Zé Marias e os Franciscos, que são uns autênticos índios e espalham a confusão em redor. Também gosto das famílias pseudo chungas, desculpem a expressão - mas não passa disso, é apenas uma expressão - que acham que vão para a praia dos queques e por isso têm que levar a joalharia toda que têm em casa - para manter o nível, mas não dispensam a bela da lancheira mais a enormidade de comida com que se empanturram o dia inteiro. Curiosidade: falam igualmente muito alto.

Não fiquem a pensar que estou para aqui a armar-me em fina, situo-me mais ou menos entre os dois: faço um esforço para não falar alto, o que já é bom.

Agora que os meus filhos já estão mais crescidos, não impõem horários, adoro ficar na praia até às 8 horas, quando só ficam os verdadeiros fãs e se jogam cartadas e trocam piadas descontraidamente, em que a pior parte é, seguramente, o regresso a casa.

Uma Dica: Neste pequeno país à beira-mar plantado, é um privilégio usufruirmos de tanta quantidade de praia. O melhor é aproveitarmos mesmo!

Sobrevivente

Pois, percebo-vos, há muito tempo sem uma única notícia, começa a ser recorrente, não é?

Tenho que vos confessar que passei por uns momentos complicados, que me parecem finalmente sanados.

A quem teve a louvável paciência de continuar a consultar este "sítio", apesar da total ausência de notícias, agradeço sinceramente!

Aos que passaram a consultar, muito obrigada - agradeço com um sincero sorriso - para quem me conhece já está a vê-lo, para os outros, desculpem a imodéstia, é muito carinhoso e simpático.

Não vou partilhar a confusão que se instalou na minha vida ultimamente, desculpem lá, tenho a certeza que adorariam, mas é demasiado pessoal. Quero que saibam que sobrevivi, com forças renovadas e emocionalmente mais forte - tinha que ser.

Uma Dica: As decepções tornam-nos mais fortes e ensinam-nos a prezar a verdadeira amizade.

Saturday, July 21, 2007

Estrangeirismos

Entendo como estrangeirismo, o emprego de uma palavra estrangeira.

Sendo que muitas vezes a aplicação destes termos não passa de uma tentativa, saloia nalguns casos, de evidenciar um certo à vontade no discurso falado ou mesmo uma forma de informar o interlocutor de como se é culto.

Os Gato Fedorento têm uma rábula que define na perfeição esta nova onda que invadiu o meio profissional português. É certo que há expressões cuja tradução não existe ou é mesmo ridícula para quem tem que lidar com elas no dia-a-dia. A comunicação é talvez a área profissional onde podemos encontrar mais exemplos desta nova forma de nos expressarmos, se assim posso dizer.

Mas sinto que esta nova vaga está a desenvolver-se noutras áreas. Não sou uma fundamentalista da língua portuguesa, mas tenho orgulho no meu país, na nossa história e na nossa cultura. Na minha modesta opinião, estes estrangeirismos são apenas uma forma que uma pequena elite usa, de forma ridícula, para se sentir um bocadinho superior aos restantes mortais, ainda que nem sempre utilizem as expressões nos momentos certos e nas formas mais adequadas.

Eu própria uso alguns, confesso! Mas sou absolutamente fã da simplicidade do discurso e da clareza do diálogo. Não há nada pior do que falarmos meia hora sem conseguirmos passar uma única mensagem.

Uma Dica: já que se faz muita questão de se utilizar este tipo de linguagem, talvez seja melhor verificar se o interlocutor nos está a acompanhar, para não corrermos o risco de estarmos a falar sozinhos!

Eu

Eu, que vos pareço tão distante....

Que de repente mergulhei no silêncio, que não vos telefono a desafiar para almoçar, que provavelemente vos pareço tão indiferente.

Eu, que aparentemente desisti do meu blog, que não vos tenho dado a saber dos meus desencantos, nem sequer das últimas piadinhas do Duarte.

Continuo aqui como sempre, ainda que não me apeteça muito telefonar ou esteja sem paciência para as últimas cusquices, quero-vos dizer que continuam no meu coração.

Uma Dica: telefonem-me, não desistam de mim. Continuo a querer estar convosco.

Monday, July 2, 2007

Tu

Tu que me pareces tão distante.

Que deixaste de me visitar e já nem me telefonas, provavelmente porque mergulhaste noutro mundo do qual me tento alhear o mais possível.

Queria dizer-te que penso em ti todos os dias, apenas não sei como te ajudar - talvez porque tenho a perfeita consciência que não o posso fazer.

Tu que me inspiras o maior dos carinhos, afliges-me por te sentir tão distante!

Esta semana hei-de ir visitar-te com um daqueles bolos de que tu gostas.

Entretanto recebe mais uma rosa perfumada.

Uma Dica: Homem, apenas homem/ No meio de homens/ Que de homens sabem a vida (Bento, José Maria in Tempo de Viagem)

Sunday, June 17, 2007

Meu pequeno Príncipe


O Duarte é um autêntico príncipe.


Encanta-me o seu ar ternurento, esmaga-me o sorriso gentil que me oferece sem esforço- agora enfeitado com o metal do aparelho, derrete-me a adoração que transporta nos olhares que me dirige e a forma como me procura para receber o mimo que lhe é devido. Quando me abraça ou se aninha carinhoso no meu colo, faz-me desejar que não cresça mais, só para o manter assim só meu, até ao infinito.


Já sinto saudades, só de pensar que daqui a uns anos, não muitos, se vai desprender: a voz vai engrossar, os rapazes têm este problema; vão crescer os pêlos; as borbulhas hão-de salpicar-lhe a pele e a adolescência vai certamente revolver-lhe as hormonas e conferir-lhe o estatuto de pequeno "grunho" - que me desculpe o sexo masculino, mas vocês têm uma fase muito complicada, por volta dos 15 e até aos 17-18 anos, ficam insuportáveisinhos.


Para já e sem querer pensar muito nisso, vou-me deleitando com as obras de arte do Duartinho - que é um autêntico artista; deliciar-me com as estórias que o seu imaginário transporta e que reproduz com a credibilidade que lhe é possível e que são autênticas referências para o nosso grupo de amigos.


Quando digo que o Duarte é um autêntico artista, não me refiro apenas ao rigor do traço, refiro-me também à forma como teatraliza os pequenos acontecimentos que decorrem no dia-a-dia e que de forma habilidosa transforma em autênticas estórias do fantástico, em que não falha o mínimo pormenor. A saber: durante uma festa e à frente de várias pessoas, vindo do nada, o Duarte resolveu dar a conhecer aos presentes de como se lembrava de quando era apenas um "permatosóide", de como foi ultrapassado pelo irmão na "primeira corrida", de como se esforçou e conseguiu vencer todos os outros naquela louca disputa em que a taça era, imaginem, um óvulo, depois e com alguma graça afirmou que não era lá muito bom a matemática, mas excelente a nadar e à laia de conclusão informou que apesar de agora se chamar Duarte, na altura em que era "permatosóide", chamava-se Zézinho.


Apesar de ser assim, com esta veia artística, o Duarte é extremamente tímido, é capaz de passar horas sem fim sozinho, no seu pequeno mundo, sem que ninguém dê por ele. Depois lá aparece para resgatar a atenção que lhe é devida, para voltar a desaparecer provavelmente mergulhado noutra estória fantástica.


Acima de tudo, o que mais me toca é a forma como me trata - obviamente sou a sua princesa, o que faz dele o meu pequeno príncipe.


Uma Dica: Não raramente vemos crianças a fazer birras, que vulgarmente designamos por excesso de mimo. Ninguém mima mais os meus filhos do que eu - tenho a certeza e não os vejo a fazer uma cena dessas. Há uma diferença entre mimo e educação, não tenham medo de mimar os vossos filhos, é do melhor que há, com a certeza de que esse mimo vos será seguramente retribuído.

Friday, June 15, 2007

Subsídio-dependência

A Subsídio-dependência define-se, na minha opinião, como a sobrevivência à conta do subsídio.

Há um par de dias frente à televisão, enquanto via o telejornal, fiquei a saber através dos rodapés que resumem as noticias do dia, que um festival de música terá sido cancelado por falta de apoios do município onde "assentava praça".

Acho extraordinária a ideia de organizar um festival, com fins lucrativos, à conta do dinheiro do contribuinte. Já que se referendou a despenalização do aborto, tive uma ideia luminosa: "bora aí referendar se o contribuinte concorda com a isenção de taxas de ocupação e de publicidade, atribuição e impressão de material de divulgação, disponibilização de meios técnicos e humanos, para a concretização destes festivais cujo o principal objectivo é, basicamente, engordar as contas bancárias dos seus promotores?"

A questão até pode ser mais bem elaborada, mas já serve de base para o referendo, não acham? É que a quantidade de dinheiro e o esforço humano investido é enorme - para um município é um grande investimento.

Acho curioso e fico chocada com a lata dos promotores, em virem acusar publicamente as entidades oficiais, responsabilizando-os pelos seus próprios fracassos. Não seria normal, já que o acesso a estes festivais é pago, que estes senhores gerissem as suas contas de forma a suportarem todos os encargos?

Não sei se têm estado atentos mas ultimamente tem sido recorrente, o número de eventos cancelados pela falta de apoios - leia-se falta de dinheirinho para a promoção, pois que também não o há para tapar os buracos nas estradas - aumentou.

Uma Dica: Não quero ser injusta no juízo que faço sobre este assunto, até porque há eventos e eventos. Até concordo que haja algum apoio para impulsionar os primeiros, mas o mais normal é que, a partir de uma certa altura, se tornem autónomos e auto-suficientes. O dinheiro dos municípios deve ser investido na promoção dos seus próprios eventos culturais - não é por nada, mas tenho cá a impressão que com tantos apoios, depois não sobra nada para o serviço público.

Thursday, June 14, 2007

Luis


O Luis é uma das pessoas mais extraordinárias que conheço.

Porque me sinto uma previligiada, tive oportunidade de trabalhar com ele, tenho que fazer saber quem é o Luis. Desculpem o meu egoísmo, mas é precisamente por isto que tenho o blog.
É um ser humano único: é generoso, simpático, organizado, empenhado e disciplinado; em matéria de educação e de formação dá lições a muito boa gente. É um técnico de excepção, com uma capacidade de trabalho extraordinária.

É tão raro encontrarmos alguém assim! Tenho uma adoração enorme por ele e faço imensa questão de o fazer saber.

O Luis é uma daquelas pessoas que me faz sentir realmente abençoada - nem toda a gente tem oportunidade de privar com estas pessoas e ter a noção exacta no momento certo para poder usufruir da sua companhia, eu tenho e por isso não lamento não lhe ter dado mais atenção - dei toda a que me era possível, enquanto trabalhei com ele.

Agora que o nosso projecto em comum chegou ao fim, com o sucesso que lhe é devido, já tenho saudades de o ver por perto, deixo-lhe este "post" como homenagem e como reconhecimento à pessoa fantástica que é.

Uma Dica: Há de facto pessoas que, pelas suas qualidades excepcionais, são raras, eu já tive a sorte de me cruzar com algumas. Já tive o desgosto de perder uma delas, talvez por isso faça tanta questão de manifestar o meu carinho pelo Luis - para que nunca fique nada por dizer.

Para ti

Para ti que lês o meu blog.

Já te conheço há 10 anos, devo confessar que nunca pensei escrever sobre ti. Achava-te uma pessoa distante, antipática não, mas achava que tinhas aquele ar altivo - provavelmente conferido pelo cargo que ocupavas na altura. Agora que te conheço um bocadinho melhor, julgo que era uma defesa tua.

Gosto de ti, aprecio aqueles cigarros que partilhamos no corredor, ultimamente não tem sido possível, hoje, mais calma, dei comigo a pensar nisso e sinto a falta desses momentos.

És das poucas pessoas com quem falo de igual para igual, não preciso de activar as minhas defesas contigo porque sei que és uma mulher inteligente. Não sei muito a teu respeito, nem tu sobre mim, no entanto trocamos impressões diariamente, isso é um sinal de como tu és uma pessoa "mentalmente saudável".

Hoje pensei em ti e como tu, com uma generosidade enorme, segues a minha escrita e és curiosa relativamente ao que lês, este "post" é um projecto adiado - mas só agora tive tempo. É apenas uma forma de manifestar o meu reconhecimento pela tua simpatia e pela admiração que tenho por ti.

Uma dica: Nem todas as pessoas que se riem para nós e nos dão palmadinhas nas costas gostam realmente de nós, por outro lado nem todos os que parecem distantes são desinteressados ou antipáticos.

Monday, May 21, 2007

Pessoas

pessoas mesmo parvas.

São tão parvas, que não consigo encontrar-lhes outro nome para além de: pessoas. É a forma mais simpática que encontrei para banalizar aquela classe de "gentalha"que se presume melhor que os outros.

pessoas que apetece achincalhar só de olhar para elas. São mal-educadas por natureza, a arrogância que encerram nos pobres espíritos convenceu-as que são mais giras, mais espertas e bem-sucedidas, ah! - não esquecer que também se vestem muito bem e têm corpos fantásticos.

A estas pessoas extraordinárias sobra-lhes em descaramento o que lhes falta, em larga escala, em inteligência e bom senso. Mentem de forma descarada sobre si próprias, acreditando que os outros são parvos, na maioria das vezes teriam que ser atrasados mentais para acreditar que determinado tipo de afirmações fazem algum sentido. Tecem comentários e fazem juízo de valores sobre terceiros, com uma "lata" e com uma convicção que envergonharia a maioria dos vigaristas.

Desculpem-me pessoas, mas sinceramente não vos suporto. Nunca gostei de falsidade: prefiro uma verdade dolorosa a uma mentira piedosa, o que é completamente diferente de achincalhar de forma gratuita quem quer que seja, mesmo alguém de quem não se gosta muito.

Uma Dica: Pessoas: porque alguém não comenta certo tipo de afirmações que proferem, não significa necessariamente que seja parvo, provavelmente não vos dá a importância suficiente para se dar ao trabalho de refutar os vossos argumentos, muito provavelmente nem sequer presta atenção ao que dizem!

Lealdade

Lealdade é o mesmo que fidelidade.

Porque estou triste com algumas atitudes, resolvi falar sobre isto. Tinha que ser agora, porque se o fizesse antes corria o risco de me antecipar e se o fizesse daqui a uns tempos deixaria de fazer sentido.

É um "post" que escrevo para mim, não tem segundo sentido e não vale a pena tentar decifrá-lo porque não tem solução.

Apenas porque estou triste, atrevo-me a antecipar acontecimentos a que não quero assistir. Talvez seja apenas um exercício para me proteger e ganhar algumas defesas, para não ter surpresas.

Uma Dica: não liguem, deu-me para aqui.

Thursday, May 17, 2007

Paulinho

Ele diz que é "Paulinho".

Eu acho que lhe assenta que nem uma luva. Os nomes compostos têm este problema, eu própria sofro do "síndroma", Maria do Carmo só servia para os ralhetes. Mas também é verdade que pelo menos já sabia o que aí vinha - não deixa de ser uma vantagem.

Mas voltando ao "Paulinho" e para que fique registado para a posteridade: gostei muito de o conhecer, tenho imensa pena que não fique mais tempo connosco. Tenho uma vaga ideia que não leva de nós a melhor das impressões - fruto da louca experiência que aqui viveu, por isso ainda tenho mais pena que não continue por cá.

Eu tenho uma facilidade enorme em "apaixonar-me" pelas pessoas, não por toda a gente claro, mas por umas quantas com quem me tenho cruzado na vida e não costumo quebrar os laços.

Poderia ser um post por encomenda, mas não é - é sentido. Que não haja ciúmes, eu tenho imensas rosas perfumadas para oferecer, especialmente para si aqui fica uma delas.

Uma Dica: Quando se gosta de alguém, dizemos-lhe - eu tenho esta forma de estar na vida. Não deixe de vir almoçar connosco.

Sunday, May 13, 2007

Zézinha

A Zézinha é a minha única irmã.

Apesar de ter apenas menos 14 meses do que eu, continuo a vê-la como uma menina pequena a quem devo a especial obrigação de proteger.

Na verdade foi assim a nossa vida toda. Quando pequenas e nos saudosos tempos de "Maria rapaz", aplicável às duas, apanhei muitas vezes por causa dela: metia-se em sarilhos com os rapazes e, regra geral, quem apanhava era eu - armada em forte só para a defender.

Sempre foi muito engraçada a Zézinha mas muito respondona também, por isso de vez em quando..., apanhava da mãe e lá estava eu, sempre pronta a pôr-me à frente. Confesso que ainda apanhei uns belos tabefes que lhe eram dirigidos.

Agora, separadas por 300 km de distância já há 18 anos, tenho umas saudades loucas das nossas discussões de adolescentes. Adoro as duas semanitas de verão em que estamos juntas e que passam a correr, parte-se-me o coração quando a deixo - parece que a estou a abandonar. Sinto que lhe devia telefonar muitas vezes e não o faço, que a devia ir visitar mais e não posso, gostava que ela estivesse todos os dias comigo para fazermos em conjunto o resumo dos nossos dias e nos indignarmos pelas injustiças ou rirmos dos disparates que ouvimos.

Hoje estou especialmente feliz e, por paradoxo, simultaneamente triste, porque é o dia da "Bênção das Fitas". Sei que ela não foi, apesar da minha insistência para ir, mas também sei que hoje, especialmente hoje, deveria ter estado com ela e nem lhe telefonei porque tive um dia complicado. O dia de hoje é o corolário de um percurso de muito sacrifício e de uma extraordinária força de vontade, contra tudo e contra todos, em concretizar um desejo há muito adiado - terminar a licenciatura.

Eu tenho um orgulho enorme na minha irmã, porque é uma mãe fantástica, uma mulher absolutamente dedicada à família e uma amiga invulgar o que faz dela um ser humano extraordinário.

Uma Dica: Vivemos dias loucos, a nossa vida é literalmente pautada pela tentativa de gerir o dia-a-dia o melhor que nos é possível, afastando-nos consideravelmente daqueles que amamos. Talvez fosse bom fazermos uma pausa e ponderarmos naquilo que é realmente importante, é que corremos o risco de investirmos demasiado em coisas que na realidade não nos fazem felizes, nem interessam para nada.

Tuesday, May 1, 2007

Gafes

O que é uma gafe?
trata-se de um acto ou meia dúzia de palavras proferidas de forma pouco oportuna.

Os políticos são exímios, é com cada uma. Mas eu própria sou expert na matéria. Tenho um jeito especial e natural para dizer a palavra errada ou o comentário mais inoportuno na pior das alturas. Também tenho uma propensão especial para tropeçar, cair ou mesmo atirar-me para cima de alguém quando dá menos jeito.

gafes, que pela sua natureza e transversalidade à maioria dos seres humanos, são autênticos ícones no comportamento social. A mais comum, que já aconteceu a quase todos nós, é a de perguntarmos aos familiares do defunto, depois de apresentarmos os pêsames, se está tudo bem. Comigo é recorrente, não falho uma única vez, é inevitável.

Outra muito frequente é perguntarmos à amiga que não vemos há uns tempos, que por acaso engordou uns quilinhos, se está grávida - desastrosa e quase incontornável. Mas a mais confrangedora, também já me aconteceu - confesso, é confundirmos o namorado/marido com o pai, numa palavra: terrível.

E confundir o namorado de uma das minhas colegas com o filho? Pois, pela aparente diferença de idades, achei mesmo que era o filho e em vez de ter fechado a boca, como seria natural, resolvi ser simpática e fazer conversa de circunstância - bem, ficou pior que estragada.

Se não servirem para mais nada, para além de criar um certo mau estar, as gafes servem pelo menos, para registarmos na memória e nos rirmos mais tarde - dependendo do género, claro.

Uma Dica: Depois de cometida a gafe, não vale a pena tentarmos justificar, é que quanto mais falamos mais nos "enterramos" - acreditem, fala a voz da experiência.

Sunday, April 22, 2007

Enxaqueca

Cara enxaqueca,

Escrevo-te numa tentativa de te sensibilizar. Não achas que uma semana atrás de mim é demais? Já não te chegavam os dois dias de que desfrutavas da minha companhia?

Já me ocorreu que me poderias estar a castigar, mas eu nem sou pessoa de usar o teu nome em vão. Nunca me servi de ti para o que quer que fosse, a não ser para alimentar conversas banais.

Desculpa-me a frontalidade, mas não gosto de ti. Chegas com pezinhos de lã e depois revelas-te cruelmente: controlas todos os meus passos e a minha vida como o pior dos amantes obsessivos. Obrigas-me a recorrer ao apoio de estranhos, fármacos cada vez mais fortes, o que eu detesto.

Numa palavra: odeio-te. Tens a capacidade de tornar a minha vida num autêntico inferno.

Uma Dica: deixa-me em paz!

Thursday, April 19, 2007

Zé Maria

Especialmente para ti!

Meu leitor assíduo. Espero que comentes este post, afinal sempre que me encontras, dizes-me:"estive mesmo para te pôr um comentário...". Sei que é uma maneira extraordinariamente simpática, de me fazeres saber que estás atento à minha escrita.

Tu, Zé Maria, és uma das pessoas mais simpáticas que conheci em ambiente de trabalho, depois tens um sorriso sempre presente que te ilumina o rosto, ainda por cima és um autêntico cavalheiro.

Acho-te graça quando apareces com aquele teu ar de: "lá vou eu incomodar outra vez". Ficas a saber que a mim nunca me incomodarás, aliás é um prazer poder ajudar-te e colaborar contigo.

Tenho presente a forma generosa como me ajudaste e apoiaste quando te anunciei o meu blogue e agradeço-te imenso por isso.

Gosto de ti Zé Maria, especialmente para ti, aqui fica uma mão cheia de rosas perfumadas.

Uma Dica: Não mudes!

Saturday, April 14, 2007

Lisboa

Lisboa é única!

É luminosa como nenhuma outra cidade e quando chegados de fora a sobrevoamos é como se, automaticamente, nos estendesse os seus braços acolhedores.

É cosmopolita como qualquer capital, mas tem as suas peculiaridades: é varina em Alfama, sofisticada nas novas avenidas, bairrista na Ajuda, colorida no Martim Moniz, fadista na Mouraria e divertida nas docas.

Quando o Sol se esconde, a Baixa despe-se de gente e o Castelo levanta-se imponente, como se quisesse beijar a Lua. Vai para a farra no Bairro Alto e dorme nos arredores, mas de manhã já o Chiado iluminado, volta a vestir-se de gente e de trânsito por todo o lado.

Tem uma paixão escaldante com o Tejo, seu primeiro e único namorado. Mas às escondidas pisca o olho aos turistas, flirta os marinheiros e já por uma vez ou outra se perdeu de amores por veleiros vistosos.

A nossa Lisboa, cidade milenar, que foi fenícia, cartaginesa e grega, para depois ser romana, visigoda e muçulmana, é portuguesa desde 1147. Elegeu S.Vicente como seu Santo padroeiro, mas por paradoxo, festeja Stº António com típicos arraiais que atraem milhares de pessoas.

Eu amo profundamente esta Lisboa que não me viu nascer, mas viu crescer e, reconheço, é necessária muita dedicação para servir tão distinta Senhora.

Uma Dica: Quando nos dedicamos a determinadas causas, o que mais importa é a intensidade de amor que lhes temos.

Aparência

A aparência é apenas o aspecto exterior, através do qual e tendencialmente, julgamos as pessoas ou as coisas.

É isto mesmo, vai daí e toca de fazermos juízos de valor sobre pessoas que mal conhecemos, já nos aconteceu a todos, estou certa. Não considero grave e até acho natural.

Eu não sou melhor nem pior que as outras pessoas, tenho esta minha maneira muito especial de estar na vida, que se caracteriza por: agradar aos outros, ainda que, com alguma frequência confesso, isso resulte em prejuízo dos meus próprios interesses; simplicidade e simpatia acima de tudo, já fui muitas vezes rotulada de ciníca, falsa, etc., não que mo digam directamente como aliás é próprio, mas tudo acaba por se saber...

Embora me entristeçam este tipo de atitudes, já lhes dei muito mais importância do que dou, na verdade não tenho muita paciência para a maldade e para a inveja humana.

Apesar de tudo, continuo a investir nesta minha maneira de ser, que considero ser o principal motivo que atrai as pessoas que me são próximas, sobretudo os meus amigos que eu amo de forma incondicional.

Perdoem-me a imodéstia mas gosto muito de mim assim.

Uma Dica: Não existem fórmulas perfeitas de comportamento social ou profissional, a minha não é certamente a melhor, já tive muitos dissabores e sou, seguramente, mais vulnerável à maldade humana - é um risco consciente que estou disposta a correr.

Tuesday, April 10, 2007

Fé Clubista

Hoje está a jogar o Benfica!

Pois e para mal dos meus pecados o jogo está a ser transmitido em directo na televisão. É uma chatice, tenho um benfiquista em casa e cria um mal-estar difícil de descrever, como mais ninguém partilha da sua , parece que estão todos contra ele e que se trata de um desafio pessoal.

Não devia ser tão democrata nestas regras do clubismo, penso eu agora, mas fui e deixei que influenciassem o meu filho mais velho para que fosse benfiquista.

E que benfiquista me saiu o André.

Dou comigo a pensar se será do clube (neste caso o glorioso Benfica), ou se será mesmo fé clubista (comum a todos os clubes)? Tenho a sensação que são todos uns grunhos quando se trata do seu clube. Terão todos os benfiquistas dupla personalidade? O André, que até é bom rapaz, transforma-se e ouço um "gooooolo", dirigido a mim, como se estivesse a defender-se de um ataque pessoal acabadinho de lhe ser infligido, e eu aqui quietinha que nem um rato, dou um salto de espanto. Como é que é possível?

Assumem as derrotas ou as vitórias do seu clube como feitos pessoais, até parece que alguém se importa muito com isso. Bom, eles importam-se!

Era bom que se importassem com outras coisas, se investissem a mesma energia nos estudos ou no trabalho, estou certa que seriamos um país muito melhor. Será que os finlandeses também se preocupam tanto com o futebol?

Uma Dica: Se há coisa que realmente me irrita é o futebol, para não falar nos seus intervenientes. Mas nestas coisas o mais sensato é estar caladinha e não me manifestar, não vale a pena discutir o que não é discutível, sobretudo assuntos irracionais, como é o caso.

Dietas

Dietas milagrosas - há ou não?

Humm, não me parece. Porque tenho sido literalmente assaltada ultimamente, devido à minha aparente perda de peso, resolvi falar sobre isso

Não, não vou revelar nenhum segredo milagroso, apenas posso falar de mim. Já tentei justificar-me com a história de ter voltado a fumar e tal..., mas parece que não pega. Pois, talvez não seja só isso, admito. Nos meus 41 anos, já passei por várias fazes, mas nunca fui realmente gorda, ou quando o fui nunca me aguentei muito tempo, é uma realidade.

As minhas amigas experimentem ter um desequilíbrio emocional, mas daqueles que nos rouba todo o apetite - mesmo frente ao prato mais apetitoso do mundo, ficamos a abarrotar de cheias depois da primeira garfada- e depois digam-me lá se não emagrecem. Nem toda a gente tem esse tipo de reacção, dir-me-ão, então nesse caso lamento dizer-vos, só existe uma solução: boca fechada, mas fechada mesmo.

Acho natural a curiosidade em querer saber o motivo da perda de peso, mas não me lembro nada de ter sido igualmente questionada quando engordei. É que fico sempre com a sensação que estou a esconder um segredo inconfessável que não quero revelar e não é verdade.

Já agora que falamos de segredos e de uma vez por todas: eu não faço nuances ou madeixas no cabelo, é mesmo do sol, do mar e do pouco cuidado que tenho em hidratá-lo no verão, OK?

Uma dica: Muito sinceramente, as pessoas são como são, umas mais cheiinhas outras menos, há mercado para tudo, desculpem-me a franqueza mas é verdade, há gostos para todos os géneros - felizmente. Além disso o que interessa mesmo é ser e não parecer.

Sunday, April 8, 2007

Páscoa - reunião familiar

Reunião familiar obrigatória na Páscoa?

Pois não era hábito, mas de há uns anos para cá, alguém superiormente terá decidido que ia ser assim na minha família. O stress próprio do Natal, para poder agradar a todos - tarefa impossível, passou também a estar presente na altura da Páscoa.

Eu decidi que vou ser uma boa menina: vou fingir que não é hipocrisia nenhuma as pessoas quererem estar com a família nestes dias "festivos"; vou fingir que no resto do ano somos todos muito amiguinhos e próximos, que nos telefonamos com frequência, que fazemos das tripas coração para estamos juntos; vou fingir que me apetece muito mais estar a empanturrar-me com doces um dia inteiro, em vez de ter aproveitado um belo de um fim-de-semana grande para ter ido a qualquer lado.

Até vou fingir, porque já tenho a "estaleca" do Natal e por isso é mais fácil, que não há problema nenhum em correr de um lado para o outro, tentando satisfazer quem nunca fica satisfeito: uns porque não ficamos o tempo suficiente depois do almoço e os outros que reclamam por chegarmos sempre tarde.

Pelo menos sempre tenho o prazer de desfrutar dos meus sobrinhos, que eu adoro. Fofocar com a Inês e com a Catarina que já são umas senhorinhas, mimar e ser mimada por meninas - para variar.

Uma Dica: No universo das relações pessoais, as familiares são talvez as mais difíceis de gerir. Eu faço um esforço enorme para poder agradar a todos, com a perfeita noção que é uma tarefa que nunca cumprirei na perfeição.

Friday, April 6, 2007

Gosto de ti

Há criaturas que nos invadem a vida.

Assim sem mais nem menos, foi o que aconteceu contigo. Lembro-me vagamente de quando nos conhecemos, olhei para ti e adorei-te desde o primeiro momento.

Sei que há outra na tua vida, que nunca me trocarias por ela, nem eu espero isso. Provavelmente o que vês em mim é apenas um prolongamento dela, mas mesmo assim sei que me tens uma dedicação enorme.

Nos fins-de-semana que passamos em família, admiro a forma como aguardas pacientemente à porta do meu quarto até que eu saia, para então, a sós, poderes extravasar a alegria de me veres, longe dos olhares reprovadores dele.

Adoro quando timidamente, na maior das descrições, procuras o carinho das minhas mãos ou quando, louco de alegria, descaradamente te atiras para cima de mim.

Porque gramo mesmo de ti, arrisco dizer:"Max, és o cão da minha vida", surpreendo-me a mim própria a pensar em ti e com saudades tuas - é extraordinário.

Uma Dica: Os cães são uns companheiros extraordinários, eu adoraria ter um, mas não posso porque não tenho condições para isso. Se as pessoas pesassem todos os condicionalismos de acolher uma criatura destas, talvez não os abandonassem com tanta frequência.

Tuesday, April 3, 2007

O Gosto Pela Música

Eu gosto de música!

De acordo com o Rui Miguel Espírito Santo, gosto de música de "Carrinhos de Choque", não sei se é uma expressão vulgar ou não, mas foi dele que ouvi, numa célebre Passagem de Ano, em que eu queria ouvir qualquer coisa, não me lembro bem o quê e ele pacientemente, mas com muita piada - confesso, se levantou e em voz alta ordenou:"então não ouviram? Ponham a música que a Carmo gosta - música de 'Carrinhos de Choque'".

Achei imensa graça e ri-me, claro - nunca mais me esqueci da expressão e até a utilizo, quando me perguntam que tipo de música quero ouvir, respondo prontamente: música de "Carrinhos de Choque".

É uma expressão para definir o género "comercial", é a música que me faz sorrir, não me faz sonhar, não me embala nem me enternece, mas põe-me bem-disposta e faz-me sorrir. Aliás, se alguém pegar no meu i'Pod, percebe imediatamente o que é música de "Carrinhos de Choque".

Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, não tenho problema nenhum em assumir isso - é piroso? Não sei, talvez, mas também não me preocupa nada. Se gosto de outro género? Claro que sim - apenas tenho que estar no mood, se não nada feito.

Uma Dica: Se gostamos de qualquer coisa, ainda que os outros achem que é piroso, para quê esconder? Eu detesto certo tipo de elitismo, fingir que não se gosta, quando se gosta ou até o contrário, não é bem o meu género.

Monday, April 2, 2007

Mau feitio

Mau feitio é uma expressão que dá para muitas coisas: justifica atitudes menos próprias, despotismo na chefia, egoísmo na amizade, arrogância nas relações interpessoais e até falta de educação nas criancinhas.

É frequente desculpar-se alguém com esta simples expressão: "tem mau feitio", até pode ser, mas existe uma tendência, quase maternalista de tentar proteger aqueles que têm, digamos, um comportamento menos adequado.

Os chefes "tiranos" descrevem-se a si próprios como tendo "mau feitio", numa tentativa, quase idiota, de validar decisões e comportamentos comuns ao feudalismo da Idade Média. Mas curioso é observar como as pessoas se tornam, tendencialmente, servis a este tipo de personagem que não respeita nem valoriza a lealdade ou a competência técnica, preferindo humilhar e achincalhar os que o rodeiam. Para esta gente o respeito é conquistado pelo terror e pelo real exercício da tirania.

Quanto à classe dos arrogantes, essas pessoas extraordinárias, dotadas de superioridade intelectual, moral e material, cuja atitude também é justificada pelo "mau feitio", são na realidade uma estirpe de gente insegura, desorientada e desestruturada. Não existe pior erro, na minha opinião, do que ter a arrogância de se sentir superior a alguém: está-se a subestimar o outro e a colocar-se imediatamente numa posição de inferioridade, é uma cretinice.

E as crianças, doces criaturas, capazes de aglutinar em doses idênticas, o adorável e o detestável?
Eu sou mãe, por isso estou muito à vontade, não há nada mais educador que uma palmadinha na altura certa, dói pois dói - mais a nós do que a eles, mas não há nada mais irritante do que ver uma criancinha a pontapear tudo o que lhe aparece à frente, perante o ar condescendente dos pais que justificam a atitude com o "mau feitio".

Estranho, é este sentimento generalizado, eu também estou incluída neste processo, de desculpabilizar este tipo de comportamentos. Na realidade o "mau feitio", fomos nós que o inventámos, talvez para justificar o carinho, a amizade e, nalguns casos, a paixão que sentimos por estas pessoas, em quem investimos grandes doses de paciência - enquanto ela dura.

Uma Dica: Não vale a pena tentarmos enganar-nos. Mais cedo ou mais tarde a paciência acaba e os bons sentimentos dão lugar à raiva. O melhor é decifrar que tipo de "mau feitio" temos pela frente e tentar evitar dissabores quase certos.

Wednesday, March 28, 2007

Chunga Babe

O que é um(a) Chunga Babe?
O nome é engraçado, eu acho-lhe imensa piada, não é da minha autoria, é do Pedro, mas todos conhecemos o conceito ou estereótipo. Não sou preconceituosa, longe disso, apenas achei graça e decidi discorrer sobre o assunto, por isso e correndo o risco de criar algumas inimizades, passo a descrever, no feminino porque é mais fácil:

- Na maioria dos casos, a Chunga Babe não é originária de Lisboa, por isso fala orgulhosamente das férias na "terra" e das festas a que assiste todos os anos, chega a ser presidente da comissão de festas, cargo que lhe assenta que nem uma luva, dada a sua predisposição natural para a liderança e organização de "eventos", qualidades que raramente são potenciadas pelos chefes nos locais de trabalho, certamente por receio que tanta competência e eficácia possa perigar o seu próprio lugar;
- É suburbana, vive nos arrabaldes de Lisboa ou um pouco mais longe, em grandes apartamentos ou moradias vistosas, as horas que perde nas filas de trânsito - sim porque a Chunga Babe não se mistura com o povinho nos transportes públicos - são compensadas, na sua opinião, pela qualidade de vida de que usufrui no local onde mora, ainda que regresse a casa a altas horas da noite e seja obrigada a sair de madrugada para o emprego;
- Tem poder de compra, embora prime pela ausência total de gosto, investe muito em ouro e "jóias" que faz questão de exibir e de usar em simultâneo, gasta imenso dinheiro em roupa que acumula nos espaçosos roupeiros de casa. Gosta de vestir roupas de marca, mas acha que não vale a pena comprar nas lojas: os ciganos vendem a "mesma roupa" nas feiras, nem se percebe a diferença e muito mais baratas, aliás, segundo as próprias, as "tias de cascais" também lá compram;
- Regra geral é anafada, embora reclame que está em dieta permanente e exiba de forma orgulhosa as saladas que devora à hora do almoço, compensando as almoçaradas familiares e os petiscos com os amigos no fim-de-semana, normalmente à base de boas feijoadas recheadas com os enchidos extraordinários que recebem da "terra";
- A Chunga Babe não viaja, não por questões financeiras, mas porque não se sente atraída pelo estrangeiro, afinal o que há lá fora também já temos em Portugal, julgo que aqui o raciocínio decorre das célebres viagens que se faziam a Badajoz e dos caramelos, é apenas uma associação inconsciente. Mas a ida anual a Haya Monte, aproveitando as famosas férias no Algarve, não falha, nem que seja para comprar os malditos caramelos.
Enfim, haveria muito mais a dizer sobre o género, se entenderem podem dar sugestões. Um dia destes vou dissertar sobre o Chunga Babe no masculino: também tem muito potencial.

Uma Dica: Todos nós conhecemos alguém que se enquadra nestas descrições, eu própria conheço e adoro, normalmente são pessoas excepcionais, são generosas e estão de bem com a vida, que é o que realmente importa. Quanto ao estilo: cada um tem o seu.

Monday, March 26, 2007

O Melhor Português de Sempre

Pois é...

A RTP lançou um desafio aos portugueses, eleger "O Melhor Português de Sempre", e agora corremos o risco de vermos eleito um ditador, que isolou Portugal durante 40 anos.

Alguém, que muitos portugueses desejariam nunca ter conhecido. Tem piada, porque os defensores enaltecem a sua capacidade financeira e de negociação: parece que evitou o envolvimento do nosso país na 2ª Guerra Mundial.

Mas, confesso, tenho algum "pudor" em perceber que num desafio deste género, o ditador mais recente, aquele que melhor permanece na nossa memória, seja eleito o melhor português de sempre. Bem, parece que também havia um jovem "actor" de uma dessas séries juvenis, na lista, o que não deixa de ser uma referência relativamente ao género de público que vota e ao critério que orienta as suas opções.

Como não vou acabar de ver o programa, tenho imenso receio de acordar amanhã num país que elegeu Oliveira Salazar como "O Melhor Português de Sempre". É realmente assustador!

Uma Dica: Talvez seja melhor, não levar este programa muito a sério e pensar que a maioria das pessoas, inteligentes, se alhearam completamente e nem se preocuparam em participar neste programa. Mesmo assim não deixa de ser anedótico.

Tuesday, March 13, 2007

Anatomia de um beijo no feminino

BEIJO DE MULHER
Apaixonado, descarado, desejado, frio ou quente, ausente, envolvente, fútil e desprendido quando é preciso

BEIJO DE MÃE
Dedicado, sofrido ou magoado, amado, sorridente e sempre presente

BEIJO DE MENINA
Feliz, animado, muito mimado, redondo e exigente

Uma Dica: hoje não há dicas, só beijos!

Monday, March 12, 2007

A RTP na nossa memória

É incrível, a RTP fez na semana passada 50 anos!

Foi no dia 7 de Março, com uma gala que me surpreendeu, pela positiva, apanhei a transmissão a meio e dei por mim a vê-la até ao fim. Sim vi, a princípio por curiosidade e depois porque me prendeu, porque apareceram aquelas pessoas que não se viam há anos, mais velhas, mas que fazem parte da nossa "cultura" televisiva. Achei muita graça à ideia de revisitarem os jingles publicitários, os festivais da canção, telejornais e programas antigos.

Recuei no tempo e vi-me sentada na sala da casa dos meus pais, ainda criança, com a minha irmã e os meus primos, a Mariana, o Francisco e a Bia, às 6 da tarde, depois de mais um dia de pularia e de índios e cowboys, com um sorriso estampado no rosto, fixados a ver o genérico de abertura, tive umas saudades. Como foi feliz e preenchida a minha infância, com a minha irmã e os primos da nossa idade, para brincarmos e saltarmos um dia inteiro, como éramos criativos, sem televisão e consolas de jogos para nos ocuparem os dias; como ansiava a chegada de Domingo para ver o "Cartaz Tv", apresentado pelo Jorge Alves, só para poder usufruir de uns escassos minutos de um filme de desenhos animados; como fiquei triste quando anunciaram a sua morte no pequeno écran da minha sala e como tive dificuldade em explicar aos meus pais o ataque de choro de que fui acometida, lembro-me até hoje.

Depois lentamente as telenovelas começaram a povoar o nosso quotidiano, primeiro timidamente e mais tarde de uma forma absolutamente descarada que resultou, nos dias de hoje, em 3 ou 4 horas de horário nobre, assassinadas por histórias que não valem um caracol.

Agora que a multiplicidade de canais e a tv cabo convivem diariamente connosco, eu confesso que tenho muitas saudades dos tempos em que a escolha era resumida a dois canais, agora que o glamour das estrelas de televisão dos anos 60, 70 e 80 foi substituída pelo vedetismo das personalidades emergentes dos reality shows, surgem novas caras todos os dias, para logo desaparecerem sem deixar rasto.

Enfim, resta-me o consolo de ter vivido aqueles tempos, que teimam em resistir na minha memória.

Uma Dica: Quer se queira quer não, quer se goste ou não de o admitir: a RTP faz parte da nossa memória. Eu, pela parte que me toca, guardo boas recordações.

Saturday, March 3, 2007

Colégio Militar - 204º aniversário

Fundado em 1803, o Colégio Militar é uma das mais prestigiadas instituições de ensino de Lisboa, cujas instalações e infra-estruturas o colocam entre os melhores colégios do mundo.

Hoje, comemora 204 anos de existência. Mais uma vez, embora confesse que não vá lá estar, vai decorrer o tradicional desfile da Avª da Liberdade. Não vou, mas posso descrevê-lo: vejo os "ratas", os alunos do 1º ano, a abrirem orgulhosos o desfile, os botões dourados reluzem, as botas negras reflectem o empenho da graxa da noite anterior, a espingarda pesa e a barretina teima em escorregar, mas seguem orgulhosos e esquecem o cansaço de dois meses de preparação para o aniversário; depois ano a ano seguem os outros alunos e a escolta a cavalo, ex-líbris do colégio, encerra de forma altiva o desfile que acaba com a missa na igreja de São Domingos, no Rossio. Cá fora os antigos alunos confraternizam nas tasquinhas com a tradicional ginjinha, mais um ano se passou.

Apesar das contrariedades o Colégio Militar continua a sobreviver. Afastou-se consideravelmente dos objectivos que orientaram o seu fundador, Marechal Teixeira Rebelo, cuja intenção era acolher filhos de militares em combate, com o fim da guerra colonial deixou de fazer sentido essa necessidade de protecção aos filhos dos combatentes.

Actualmente, o Colégio Militar permite a entrada a qualquer aluno que queira ingressar, desde que obtenha aprovação em todas as provas de acesso, que são bastante rigorosas, acreditem.

Para quem gosta de lá estar, é uma excelente opção de ensino, o rigor e a disciplina incutidos resultam, ao fim de oito anos, em excelentes resultados. Não é por acaso que o Colégio Militar tem uma taxa de, praticamente, 100% de sucesso no acesso à faculdade, muitos deles em cursos de medicina. Também não é certamente por acaso que cinco ex-presidentes da República foram alunos do Colégio.

Pessoalmente, como mãe de um ex-aluno, tenho dificuldade em entender algumas das regras, mas admiro a forma como mantêm viva a chama da tradição e a mística colegial, que só quem teve a honra de envergar a farda cor de pinhão, pode realmente entender.

Uma Dica: Percebo que todos os pais almejem o melhor na formação dos seus filhos e apostem forte, mas há situações em que obrigar uma criança pequena a afastar-se de casa e dos amigos por um capricho, dá mau resultado, muito mau resultado.

Tuesday, February 20, 2007

A arte do palavrão

Hoje decidi falar do palavrão. Não no sentido de uma palavra de pronúncia difícil, mas aquela de conotação obscena.
Todos sabemos que por questões culturais há certas zonas do nosso país, onde este tipo de linguajar faz parte do quotidiano, talvez por isso não se estranhe a sua utilização em todas as camadas e idades, utilizam-na de uma forma tão natural que não fere os ouvidos mais susceptíveis
É certo que também há círculos profissionais onde este tipo de linguagem se tornou um must, mas neste caso é circunscrito ao local de trabalho, afirmo-o com muito à vontade porque já tive oportunidade de conviver com ele, nem todos são aficionados mas convivem bem com o género.
Eu própria já os disse, daqueles palavrões que até têm pêlos, no momento próprio claro, sim - porque também existem momentos próprios para os palavrões. Até porque todos nós os conhecemos, não é?
Agora, fora destes contextos e sem querer parecer demasiado púdica, soa-me mal, desculpem lá, mas soa, não consigo, muito sinceramente, entender a necessidade de introduzir palavrões de forma gratuita.
Os palavrões na língua inglesa, têm um certo charme, mas os nossos são feios, há que admiti-lo. O mais charmoso dos indivíduos, com um palavrão introduzido na altura errada, é imediatamente vulgarizado, isto é tão verdade para o sexo feminino como para o masculino.
Então e o palavrão na arte da sedução? Uma catástrofe, na minha opinião, qual é a ideia? Não percebo sinceramente, querer parecer muito modernaço, espírito aberto? Hummm, não me parece que funcione. Não me lembro de ter ouvido alguma vez alguém a gabar-se: "ontem conheci fulano(a), disse-me uns palavrões ao ouvido, que me puseram de quatro, acho que estou apaixonada(o)!".
Ah, já sei! O palavrão é próprio de um determinado meio pseudo-intelectual, pá! Consta que Alexandre O'Neill também dizia muitos palavrões. Será que era bem-sucedido na arte da sedução? Será que era o palavrão que seduzia ou a genialidade que o caracterizava?
Não, nada disso, há pessoas que falam mesmo assim no dia-a-dia. Acham mesmo? Também arrotam e cospem no chão e dão livre-trânsito aos seus impulsos flatulentos?
Esperem, outra hipótese: não gostam de guardar esqueletos no armário, por isso chamam as coisas pelos nomes, para estarmos mais à vontade! Mas alguém quer sinceramente saber se têm esqueletos no armário? Quanto mais ser-lhes apresentados!
Enfim, podia perder horas e até dias, a cogitar sobre a arte do palavrão no relacionamento social e profissional, mas acho que vou deixar isso para um projecto a médio prazo: "Tratado do uso do palavrão em Portugal".

Uma Dica: Eu não sou de impor regras de comportamento social às pessoas com quem me relaciono, cada um é como é. Mas quando não gosto ou não me sinto à vontade com algumas atitudes, digo e faço questão que percebam.

Sunday, February 18, 2007

Amizade

Do latim amicitãte, diz-nos o dicionário que amizade significa afeição por uma pessoa, simpatia, dedicação, atracção.
Mas não nos diz o dicionário que a amizade tem uma outra série de implicações, se não vejamos, dificilmente a amizade existe sem um sentimento de reciprocidade, nós não conseguimos sentir afeição por alguém que nos rejeita.
Não falo da amizade subentendida em laços familiares, admito que nalguns casos exista este tipo de afeição, quase masoquista, por pessoas que fora deste contexto não nos provocariam mais do que um reles sentimento de repugnância. Mas alguém terá determinado superiormente, que a família é excepção e por isso não são admitidos juízos de valor acerca deste estranho sentimento de solidariedade que determina as relações familiares.
Quero essencialmente, referir-me à amizade que sela a relação de duas ou mais pessoas que não têm mais nada em comum para além disto, são aquelas que não nos são impostas, em que a génese da democracia funciona na sua plenitude, eu decido de quem gosto e de quem quero ser amiga, tout court.
Porque ao longo da minha vida já estabeleci várias relações deste género, muitas mesmo, sobretudo devido à minha natureza excessivamente extrovertida, já sofri, naturalmente , algumas decepções que vão rareando à medida que avanço na idade. Claro que estou mais exigente e mais intolerante a certo tipo de atitudes.
Os meus verdadeiros amigos, contam-se pelos dedos de uma mão, sabem perfeitamente quem são, que podem contar incondicionalmente comigo e eu com eles, seriam incapazes de ficar com inveja de um sucesso meu ou familiar, muito pelo contrário, ficariam orgulhosos; gostam de me ver feliz, porque isso também contribui para a felicidade deles e nunca, mas nunca, me julgariam sem antes ouvirem atentamente a minha versão sobre determinado acontecimento.
Às minhas amigas e amigos, pessoas tão especiais e fundamentais para o meu equilíbrio emocional, fica esta minha mensagem: "vocês estão e estarão sempre no meu coração, ainda que esteja um mês sem vos fazer um único telefonema".

Uma dica: não vale a pena investirmos em pessoas por quem sentimos alguma dessa atracção, elemento essencial à amizade, quando o sentimento não é recíproco. Mais cedo ou mais tarde vamos acabar por ter uma decepção, é um risco demasiado previsível para um investimento desta natureza.

Wednesday, February 14, 2007

O meu gabinete de trabalho


Confesso que a actividade laboral não é propriamente um assunto prioritário neste "sitio".
Mas não posso deixar de falar do meu gabinete, quem me conhece bem sabe perfeitamente onde trabalho e não é disso que estamos a falar, falamos de ambiente.
Embora tenha tido imensos problemas de adaptação, o meio é complicado, a verdade é que trabalho numa sala com pessoas extraordinárias e duvido que no universo da minha instituição, haja outra assim.
Na verdade quem abre a porta sem pré-aviso, arrisca-se a encontrar uma destas situações: as raparigas ensaiam passos de dança, regra geral de músicas dos anos 80 ou anteriores, sempre sob o olhar babado dos rapazes; decorre uma acalorada discussão, pode ser sobre política ou questões sociais ou porque o Pedro nesse dia está para aí virado; pode deparar-se com uma "desgarrada" de diferentes tipos de música, normalmente ocorre quando o Ezequiel insiste em ouvir música clássica mais alto; pode estar alguém a chorar porque nesse dia está mais sensível, agora acontece mais com a João que está à espera de bebé; uma criança pequena com ar de reguila que insiste que é o homem aranha, quando a Xana leva o seu rebento; a Patrícia a refilar comigo porque saí no momento exacto em que toda a gente me decidiu ligar; todos sossegadinhos e concentrados cada um no seu cantinho ou em gargalhada colectiva o que para quem entra é realmente constrangedor.
Para além de um disfarçado "vocês são meio loucos, não são?", nunca ninguém me disse o que pensa quando se ouvem as nossas gargalhadas ou cantorias, fora de portas, ou quando ao fim do dia se fazem corridas no longo corredor encerado, ou quando o Ezequiel, farto de me ouvir, decide empurrar-me porta fora sentada na minha cadeira de secretária, e decide ir passear-me até ao elevador. Mas também nunca ninguém nos chamou à atenção ou nos mandou calar, é um facto. Provavelmente porque a nossa loucura acaba por manter um equilíbrio harmonioso num local que, por tradição, é cinzento.
Agora que, por motivos de força maior, perdemos a Patrícia, antes que mais alguém saia, não queria de deixar de vos dizer: "I love you all, guys".

Uma dica: as relações pessoais no trabalho são, regra geral, muito complicadas. Por norma não escolhemos quem queremos para parceiro de sala, somos impostos uns aos outros, resta-nos a vontade de encontrarmos pontos comuns em cada um, o que como em todas as relações pode significar cedências de parte a parte. Mas é o suficiente para um ambiente de trabalho mais harmonioso, acreditem.

Tuesday, February 13, 2007

Namorados


Hoje, porque é dia dos namorados, lembrei-me de dedicar uma mensagem especial ao meu primeiro namorado, com quem casei, com quem continuo a namorar há mais de 20 anos.
Porque é uma pessoa muito especial, que me deixou entrar no seu mundo de banda desenhada, em que mergulhou algures na infância e de onde nunca mais saiu.
Pois, o Pedro é mesmo assim, vive no mundo da fantasia, a 200 à hora, qualquer coisa fora dessa realidade é completamente irrelevante, a não ser a família, por quem tem uma dedicação absoluta.
Quando o conheci, o Pedro era um autêntico príncipe que me fascinou desde o primeiro minuto, além de ser um homem lindíssimo, tinha um sentido de humor excepcional, era mesmo arrebatador e imaginem: eu casei com ele, para inveja de muitas "bruxas".
Passados estes anos todos, o Pedro continua a ser um homem muito interessante, com um sentido de humor ainda mais apurado, revelou-se um pai excepcional e apaixonadíssimo, faz de mim uma pessoa ainda mais especial, a cada dia que passa.
Porque nunca é de mais dizermos o óbvio, aqui fica a minha apaixonada declaração a um dos homens que dá sentido à minha vida.

Uma dica: amigas, o que há mais por aí são príncipes encantados, o risco é transformarem-se em sapos depois do primeiro beijo, é importante saber medir o risco.

Saturday, February 10, 2007

A mulher "Ideal"

O que é isto da mulher "ideal"?
Numa troca de palavras entre família, percebi que choquei marido e filhos, apenas porque, aparentemente, assumi uma postura mais agressiva do que é normal.
Agressiva porquê?
Porque provavelmente me senti em minoria, eles são três, e para me fazer ouvir tive que falar mais alto e porque me irritaram, fiz um comentário mais cruel.
Na verdade, passada e resolvida a questão, percebi que eles não gostaram de ouvir uma opinião diferente, neste caso, com uma forte conotação feminina, porque era isso que estava em causa: o ponto de vista feminino versus o masculino.
Mas fiquei triste, sobretudo porque percebi que eles não gostam que as mulheres tenham opinião, a não ser que seja a deles, claro.
A mulher ideal é, por isso, aquela: que cozinha, que mantém a casa organizada, que trabalha, que se lembra dos aniversários de toda a família, que tem sentido de humor, que é carinhosa e bem disposta, que tem visual arranjado e, sobretudo, a que apoia com bons argumentos as opiniões dos parceiros - difícil?
Nem por isso, para nós é rotina, para eles seria um missão IMPOSSÍVEL.
Já agora e para que fique registado nós, as mulheres, gostamos de homens organizados, que tenham gosto pelo visual, que sejam carinhosos connosco e com os nossos filhos, que sejam simpáticos com as nossas amigas, mesmo que as achem umas parvas, que tenham sentido de humor, que usem perfume, que façam a barba, pelo menos de dois em dois dias, e acima de tudo, se mostrem solidários nos momentos difíceis - muito mais fácil, não?
Claro que não, eu sei que é muito difícil satisfazermos o outro, mas também não custa nada tentar e fazer o esforço.

Uma Dica - a harmonia familiar é uma meta nem sempre fácil de atingir, mas que todos nós desejamos. Por isso, o melhor talvez seja procurarmos equilibrar o jogo de forças, nem que para isso tenhamos que "fingir" que cedemos, mas é a única forma de não vivermos em conflito permanente.

Sunday, February 4, 2007

Mãe Babada















Pois sou uma mamã absolutamente babada.
Porque tenho um filho excepcional, que me mima com os seus beijos inesperados, não quero deixar de lhe dedicar uma mensagem especial nesta minha experiência na "blogosfera".
Há uns anos, quando partilhava com alguém a minha tristeza, porque o André, apenas com 9 anos tinha decidido ir para o Colégio Militar, afastando-me consideravelmente do seu quotidiano, disseram-me que: "ser mãe é morrer todos os dias um bocadinho".
A frase, devidamente fundamentada, veio de uma respeitável Senhora, que muito admiro, com muitos mais anos de experiência de mãe do que eu. Hoje, com a experiência que entretanto acumulei e desenvolvi, dir-lhe-ia, Dra Aline: "ser mãe é renascer todos os dias, um bocadinho".
Agora que o André já atingiu a respeitável idade de 21 anos, tornando-se num jovem responsável, com objectivos definidos; agora que a confusão deu lugar à certeza, que a tortura dos testes de matemática foi substituída pelo desafio das orais de direito, que as jogatanas de futebol na escola, deram lugar às tertúlias de café, olho para ele e sinto um orgulho enorme pelo ser humano em que se transformou.
Não estou nada arrependida de o ter apoiado em decisões insólitas, como a do Colégio Militar em tão tenra idade, quando a maior parte das pessoas dizia que crianças com aquela idade não tomam decisões. Depois a opção da área de ciências, sem queda nenhuma para a matemática e mais tarde a opção do Direito, com previsões de sucesso muito improváveis, tendo em conta os hábitos de estudo que revelava até aí.
A verdade é que o André surpreendeu tudo e todos e uma vez que o irmão tem menos 11 anos, a minha questão, neste momento, é: "será que sou capaz de voltar a fazer o mesmo?", ou melhor:"como é que eu fiz?"
Julgo que a resposta é: descontrair o mais possível e ultrapassar uma etapa de cada vez.
Uma dica: não vale a pena projectarmos nos nossos filhos, aquilo que, em tempos, desejámos para nós próprios, o mais certo é estarmos a projectar uma decepção, o que não vai certamente contribuir, nem para a felicidade deles nem para a nossa.

Wednesday, January 31, 2007

Para a Inês

Olá Inês, muitos parabéns princesa

Há exactamente 15 anos, estava com a tua mãe numa sala de partos da Maternidade Alfredo da Costa e enquanto ela me torcia e arranhava as mãos com que carinhosamente a tentava acalmar, eu suplicava-lhe em voz baixa: "por favor não grites, porque não me deixam ficar aqui se tu gritas".
Foi uma experiência única, que devo ao milagre do teu nascimento. Eras redondinha vermelhucha, parecias uma autêntica boneca e eu nem levei máquina fotográfica, para registar o momento.
Ao longo destes 15 anos tenho-te visto crescer: esperta e precoce, começaste a andar muito cedo, a captar a conversa das pessoas, com 3 anos eras capaz de reproduzir um diálogo com terceiros, depois a fase pirosa das "Barbies", lembras-te?
E de repente, já és uma senhorinha, cheia de carácter, segura de si, com muito mau feitio, mas linda que nem uma princesa.
Tenho pena de não estar mais vezes contigo, para dizermos uns disparates uma à outra e nos rirmos, assim é que devia ser, não era?
Mas hoje, como é um dia muito especial, o que eu te quero dizer é que desejo que continues a crescer com a mesma harmonia e que faças de ti uma mulher excepcional.

Uma dica:nem todas as pessoas traçam objectivos iguais aos nossos, o segredo das verdadeiras amizades é aceitar e gostar dos outros como eles são e não cair no erro de os querer iguais a nós.

Tuesday, January 30, 2007

Aborto: Sim ou Não

Tinha prometido a mim mesma, que não me iria manifestar relativamente a este assunto e muito sinceramente, não tenciono participar em discussões.
Mas não posso deixar de manifestar a minha surpresa, relativamente ao lema escolhido para abordar o debate:"Aborto - sim ou não", estarei baralhada?
Não falávamos de despenalização ou percebi mal, há seguramente aqui um mal entendido, conveniente para uma das facções, obviamente.
Eu acredito que o aborto é um acto de desespero, não de desprezo.
Há excepções, claro, mas julgo que esta decisão deve ser tão difícil, que a própria penalização é consumada no acto e nos dias, meses e anos que lhe seguem.
Então, vamos lá a ver se percebi, o que vai ser referendado é, basicamente, se se concorda que uma mulher seja julgada, eventualmente presa, se praticar o aborto, não é?
Pois, não é para se saber se concordamos ou não com a prática do aborto, porque em consciência ninguém concorda, então porquê este debate?
Sinceramente, sinto-me insultada por esta gente que "dá o cu e um tostão", para aparecer na televisão, tantos movimentos, para quê?
Despesismo excessivo em campanhas, incomodam-me, desculpem, mas incomodam, estão em todo o lado, a distribuir panfletos, como se fossemos todos, um bando de atrasados mentais.
Eu já decidi como vou votar, decidi que não quero que ninguém fique vinculado à decisão de um grupo de pessoas e seja penalizado por isso, ponto final.
Uma dica: já que têm que nos maçar com a campanha ao menos sejam esclarecedores e falem do que interessa, evitem o acessório.

A importância masculina


A importância masculina ou a importância que os homens dão a si mesmos?
Um episódio passado com o meu filho mais novo há um par de dias, tirou-me do sério.
O rapaz de 9 anos de idade, foi confrontado com uma terrível situação, que passo a descrever:
Chegada a casa ao final do dia, na esperança de encontrar o sorriso generoso, que me oferece diariamente, dou com ele de cabeça e ombros caídos, com um ar infelicíssimo. Surpreendida, questionei para tentar perceber o motivo de tanta tristeza, na ausência de resposta e curiosa, como é natural, procurei saber junto do irmão mais velho e do pai o que teria provocado tal estado de espírito, "qualquer coisa com o telemóvel", respondeu o irmão evasivo e sem paciência, procurei saber se se passava alguma coisa com o telemóvel, avaria ou saldo, obtive apenas um triste abanar de cabeça.
Perante a minha insistência e preocupação, o irmão lá esclareceu que o problema estaria relacionado com o excesso de sms que uma amiguinha da escola tinha enviado. Pacientemente peguei no telemóvel e fui verificar o tal "excesso" e conteúdo das mensagens e deparo-me com meia dúzia de fotografias de carros, curiosamente dos que ele mais gosta de desenhar, e ri-me, só podia, a minha atitude irritou-o e fê-lo reagir, "tu não percebes", disse-me, "ela anda a sediar-me e eu já não aguento mais, eu tinha decidido que não queria casar-me e mesmo que queira ainda sou muito novo para estas coisas", fiquei literalmente com a cara à banda.
Realmente, sempre estive convencida que este tipo de atitude teria mais a ver com a educação do que com outra coisa qualquer, mas não, aparentemente é inata, eles já nascem com isto.
Mas que diacho, uma pessoa quer ser simpática e é automaticamente mal interpretada, já anda a assediar, mas que importantes e giros e tudo o mais que eles são.
Resultado, o Duartinho, pelo seu comportamento, levou um sermão: aprender a respeitar e ser agradecido com quem se mostra simpático e generoso e eu percebi que tenho que estar atenta e tentar corrigir este tipo de comportamentos.
Uma dica: eu digo aos meus filhos que todas as mulheres são umas princesas, embora tenha consciência que há por aí muita bruxa má, mesmo assim prefiro correr o risco.

Para começar - coisas de mulher

Como é que se começa nestas coisas, nem sei. Apenas sei que tenho um espaço de partilha, posso desabafar, dizer disparates e só lê quem quer.
E enquanto se preparam as coisas para mais uma manhã "stressante", como tantas outras, vamos disparatando.
Ocorre-me que a maior parte do mulherio, que tem filhos - casado ou não - entenda-se, estará por esta altura, depois dos banhos e dos jantares organizados a antecipar mais uma rotina matinal: preparar roupas, adiantar refeições e tentar organizar o que nunca está organizado, na esperança, vã, que no fim disto tudo ainda reste algum tempo para espreitar um livro, uma revista, um filme ou até uma telenovela, tempo para si própria.
Terminadas as tarefas, há alguém que, honestamente, ainda tenha energia para fazer um esforço suplementar, para além de vestir o pijama e calçar as pantufas?
Sim, estou a falar de disponibilidade mental e física para seduzir o parceiro ou sentir-se seduzida, sem nenhum sentido de obrigatoriedade.
Gostava de conhecer alguém ajuizado, que me explicasse como pode ocorrer tal milagre. Não se trata de manter uma relação, porque isso todas nós, vamos fazendo com uns fins-de-semana inesperados e um jantar romântico aqui ou ali, trata-se de mantermos viva uma chama, de nos sentirmos desejadas e seduzidas pelos nossos parceiros.
Enfim, eu confesso que pelo menos faço um esforço, julgo que a receita está no empenho com que nos dedicamos às causas.
Uma dica: embora exija um certo esforço, gosto de surpreender com um pequeno-almoço de scones, resulta sempre.