Monday, March 12, 2007

A RTP na nossa memória

É incrível, a RTP fez na semana passada 50 anos!

Foi no dia 7 de Março, com uma gala que me surpreendeu, pela positiva, apanhei a transmissão a meio e dei por mim a vê-la até ao fim. Sim vi, a princípio por curiosidade e depois porque me prendeu, porque apareceram aquelas pessoas que não se viam há anos, mais velhas, mas que fazem parte da nossa "cultura" televisiva. Achei muita graça à ideia de revisitarem os jingles publicitários, os festivais da canção, telejornais e programas antigos.

Recuei no tempo e vi-me sentada na sala da casa dos meus pais, ainda criança, com a minha irmã e os meus primos, a Mariana, o Francisco e a Bia, às 6 da tarde, depois de mais um dia de pularia e de índios e cowboys, com um sorriso estampado no rosto, fixados a ver o genérico de abertura, tive umas saudades. Como foi feliz e preenchida a minha infância, com a minha irmã e os primos da nossa idade, para brincarmos e saltarmos um dia inteiro, como éramos criativos, sem televisão e consolas de jogos para nos ocuparem os dias; como ansiava a chegada de Domingo para ver o "Cartaz Tv", apresentado pelo Jorge Alves, só para poder usufruir de uns escassos minutos de um filme de desenhos animados; como fiquei triste quando anunciaram a sua morte no pequeno écran da minha sala e como tive dificuldade em explicar aos meus pais o ataque de choro de que fui acometida, lembro-me até hoje.

Depois lentamente as telenovelas começaram a povoar o nosso quotidiano, primeiro timidamente e mais tarde de uma forma absolutamente descarada que resultou, nos dias de hoje, em 3 ou 4 horas de horário nobre, assassinadas por histórias que não valem um caracol.

Agora que a multiplicidade de canais e a tv cabo convivem diariamente connosco, eu confesso que tenho muitas saudades dos tempos em que a escolha era resumida a dois canais, agora que o glamour das estrelas de televisão dos anos 60, 70 e 80 foi substituída pelo vedetismo das personalidades emergentes dos reality shows, surgem novas caras todos os dias, para logo desaparecerem sem deixar rasto.

Enfim, resta-me o consolo de ter vivido aqueles tempos, que teimam em resistir na minha memória.

Uma Dica: Quer se queira quer não, quer se goste ou não de o admitir: a RTP faz parte da nossa memória. Eu, pela parte que me toca, guardo boas recordações.

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