Wednesday, January 31, 2007

Para a Inês

Olá Inês, muitos parabéns princesa

Há exactamente 15 anos, estava com a tua mãe numa sala de partos da Maternidade Alfredo da Costa e enquanto ela me torcia e arranhava as mãos com que carinhosamente a tentava acalmar, eu suplicava-lhe em voz baixa: "por favor não grites, porque não me deixam ficar aqui se tu gritas".
Foi uma experiência única, que devo ao milagre do teu nascimento. Eras redondinha vermelhucha, parecias uma autêntica boneca e eu nem levei máquina fotográfica, para registar o momento.
Ao longo destes 15 anos tenho-te visto crescer: esperta e precoce, começaste a andar muito cedo, a captar a conversa das pessoas, com 3 anos eras capaz de reproduzir um diálogo com terceiros, depois a fase pirosa das "Barbies", lembras-te?
E de repente, já és uma senhorinha, cheia de carácter, segura de si, com muito mau feitio, mas linda que nem uma princesa.
Tenho pena de não estar mais vezes contigo, para dizermos uns disparates uma à outra e nos rirmos, assim é que devia ser, não era?
Mas hoje, como é um dia muito especial, o que eu te quero dizer é que desejo que continues a crescer com a mesma harmonia e que faças de ti uma mulher excepcional.

Uma dica:nem todas as pessoas traçam objectivos iguais aos nossos, o segredo das verdadeiras amizades é aceitar e gostar dos outros como eles são e não cair no erro de os querer iguais a nós.

Tuesday, January 30, 2007

Aborto: Sim ou Não

Tinha prometido a mim mesma, que não me iria manifestar relativamente a este assunto e muito sinceramente, não tenciono participar em discussões.
Mas não posso deixar de manifestar a minha surpresa, relativamente ao lema escolhido para abordar o debate:"Aborto - sim ou não", estarei baralhada?
Não falávamos de despenalização ou percebi mal, há seguramente aqui um mal entendido, conveniente para uma das facções, obviamente.
Eu acredito que o aborto é um acto de desespero, não de desprezo.
Há excepções, claro, mas julgo que esta decisão deve ser tão difícil, que a própria penalização é consumada no acto e nos dias, meses e anos que lhe seguem.
Então, vamos lá a ver se percebi, o que vai ser referendado é, basicamente, se se concorda que uma mulher seja julgada, eventualmente presa, se praticar o aborto, não é?
Pois, não é para se saber se concordamos ou não com a prática do aborto, porque em consciência ninguém concorda, então porquê este debate?
Sinceramente, sinto-me insultada por esta gente que "dá o cu e um tostão", para aparecer na televisão, tantos movimentos, para quê?
Despesismo excessivo em campanhas, incomodam-me, desculpem, mas incomodam, estão em todo o lado, a distribuir panfletos, como se fossemos todos, um bando de atrasados mentais.
Eu já decidi como vou votar, decidi que não quero que ninguém fique vinculado à decisão de um grupo de pessoas e seja penalizado por isso, ponto final.
Uma dica: já que têm que nos maçar com a campanha ao menos sejam esclarecedores e falem do que interessa, evitem o acessório.

A importância masculina


A importância masculina ou a importância que os homens dão a si mesmos?
Um episódio passado com o meu filho mais novo há um par de dias, tirou-me do sério.
O rapaz de 9 anos de idade, foi confrontado com uma terrível situação, que passo a descrever:
Chegada a casa ao final do dia, na esperança de encontrar o sorriso generoso, que me oferece diariamente, dou com ele de cabeça e ombros caídos, com um ar infelicíssimo. Surpreendida, questionei para tentar perceber o motivo de tanta tristeza, na ausência de resposta e curiosa, como é natural, procurei saber junto do irmão mais velho e do pai o que teria provocado tal estado de espírito, "qualquer coisa com o telemóvel", respondeu o irmão evasivo e sem paciência, procurei saber se se passava alguma coisa com o telemóvel, avaria ou saldo, obtive apenas um triste abanar de cabeça.
Perante a minha insistência e preocupação, o irmão lá esclareceu que o problema estaria relacionado com o excesso de sms que uma amiguinha da escola tinha enviado. Pacientemente peguei no telemóvel e fui verificar o tal "excesso" e conteúdo das mensagens e deparo-me com meia dúzia de fotografias de carros, curiosamente dos que ele mais gosta de desenhar, e ri-me, só podia, a minha atitude irritou-o e fê-lo reagir, "tu não percebes", disse-me, "ela anda a sediar-me e eu já não aguento mais, eu tinha decidido que não queria casar-me e mesmo que queira ainda sou muito novo para estas coisas", fiquei literalmente com a cara à banda.
Realmente, sempre estive convencida que este tipo de atitude teria mais a ver com a educação do que com outra coisa qualquer, mas não, aparentemente é inata, eles já nascem com isto.
Mas que diacho, uma pessoa quer ser simpática e é automaticamente mal interpretada, já anda a assediar, mas que importantes e giros e tudo o mais que eles são.
Resultado, o Duartinho, pelo seu comportamento, levou um sermão: aprender a respeitar e ser agradecido com quem se mostra simpático e generoso e eu percebi que tenho que estar atenta e tentar corrigir este tipo de comportamentos.
Uma dica: eu digo aos meus filhos que todas as mulheres são umas princesas, embora tenha consciência que há por aí muita bruxa má, mesmo assim prefiro correr o risco.

Para começar - coisas de mulher

Como é que se começa nestas coisas, nem sei. Apenas sei que tenho um espaço de partilha, posso desabafar, dizer disparates e só lê quem quer.
E enquanto se preparam as coisas para mais uma manhã "stressante", como tantas outras, vamos disparatando.
Ocorre-me que a maior parte do mulherio, que tem filhos - casado ou não - entenda-se, estará por esta altura, depois dos banhos e dos jantares organizados a antecipar mais uma rotina matinal: preparar roupas, adiantar refeições e tentar organizar o que nunca está organizado, na esperança, vã, que no fim disto tudo ainda reste algum tempo para espreitar um livro, uma revista, um filme ou até uma telenovela, tempo para si própria.
Terminadas as tarefas, há alguém que, honestamente, ainda tenha energia para fazer um esforço suplementar, para além de vestir o pijama e calçar as pantufas?
Sim, estou a falar de disponibilidade mental e física para seduzir o parceiro ou sentir-se seduzida, sem nenhum sentido de obrigatoriedade.
Gostava de conhecer alguém ajuizado, que me explicasse como pode ocorrer tal milagre. Não se trata de manter uma relação, porque isso todas nós, vamos fazendo com uns fins-de-semana inesperados e um jantar romântico aqui ou ali, trata-se de mantermos viva uma chama, de nos sentirmos desejadas e seduzidas pelos nossos parceiros.
Enfim, eu confesso que pelo menos faço um esforço, julgo que a receita está no empenho com que nos dedicamos às causas.
Uma dica: embora exija um certo esforço, gosto de surpreender com um pequeno-almoço de scones, resulta sempre.